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Abuso sexual: porque é difícil falar e assimilar o trauma?

lá! Hoje vou abordar um tema de duvida para muitas pessoas e que meus pacientes em terapia online, com trauma de abuso sexual, refletem em suas analises:

Por que demorei tanto tempo para assimilar que foi um abuso?” Em primeiro lugar, o abuso sexual configura um trauma. Todo trauma por ser muito doloroso gera reações emocionais de choque e negação.

Embora algumas vitimas conseguem falar e denunciar pós acontecido, a maioria acaba guardando segredo para si mesmo. Sentindo-se culpadas, chantageadas ou envolvidas na violência do abusador.

Frequentemente diante de um trauma psicológico se estabelece mecanismos de sobrevivência como: tentar evitar que aconteça novamente, isolamento, agressividade, síndrome de estocolmo.

Um dos pontos principais que gera negação e confusão emocional é que muitos abusos sexuais sao cometidos por pessoas que tinham confiança da pessoa. Algumas vezes sao as pessoas “admiradas” por crianças e adolescentes. Ou o(a) ficante novo do aplicativo que parece ser legal.

Dessa forma, quando a pessoa não consegue denunciar por palavras, vai manifestar outros sintomas como mudanças de comportamento, doenças psicossomáticas.

Abuso sexual: Trauma de relacionamento e Confusão Emocional

“Como alguém que eu confiava me abusa?” Após o abuso sexual a vitima sente profunda desordem mental e emocional. Por exemplo, culpa, medo, tristeza, pânico, impotência, vergonha. 

Falar para familiares envolve medo de julgamento, não ter apoio. Similarmente constato na experiencia como psicóloga que a maioria das vitimas vem de famílias com vinculo emocional distante, dialogo narcisista. Em outras palavras, já carregam problemas emocionais e relacionamentos.

Pessoas com padrões familiares tóxicos podem desenvolver a síndrome de estocolmo. Dessa forma, algumas vitimas chegam a desenvolver uma relação codependente do abusador. Com o passar dos anos ou em terapia, percebe que foi abusada. Que não era amor, mas abuso.

Sair da negação: Consciência sobre o abuso

corpo retem memorias de humilhação. Meus pacientes relatam o momento que sentiram-se violados(a) em sua intimidade. Isso fica codificado no cérebro, dificultando a superação dessa violência.

A negação é um mecanismo de sobrevivência para as vítimas. Ate porque a maioria são crianças e adolescentes (meninos e meninas), para sobreviver o consciente cria uma cegueira emocional.

Essas barreiras mentais e emocionais vão marcando os relacionamentos dessa criança abusada. Emocional instável, dificuldade de confiar em pessoas, agressividade, isolamento, auto sabotagem, auto punição, depressão, transtornos de ansiedade.

Lembrar e reconhecer o abuso, derrubando os muros do silencio, é o caminho para o crescimento emocional. Lidar com a raiva. Quando esse trauma fica reprimido, a pessoa torna-se “prisioneira do trauma”, sem conseguir viver uma vida plena.

Diante do trauma, a pessoa vive em forma de sobrevivência emocional. Decide de forma inconsciente não sentir mais. Percebe a vivencia do abuso como algo proibido ou vergonhoso. E pode dar inicio a um ciclo de relacionamentos abusivos.

Consequências do trauma do abuso sexual

Consequências na vida adulta vivencia-se a insegurança, bloqueios criativos e falta de realização no mundo adulto, infantilidade. Relacionamentos abusivos ou sabotam seu relacionamento, baixa auto estima, desistem de seus objetivos, mudam de projetos muito rápido e sem dedicação as decisões.

Como psicanalista e psicóloga, vejo como se emocionalmente a pessoa tivesse parado no tempo do abuso, a paralisia emocional. E se isso não é tratado com psicoterapia/psicologia adequada vivem-se vidas com baixa realização pessoal e profissional.

A pessoa não consegue criar uma rotina adulta consistente. Personalidade madura e resiliente desenvolve uma carreira de sucesso, independência financeira, ter um relacionamento construtivo sem auto sabotagens.

A infantilidade é o caminho contrario, da dependência, fugas de resolver os problemas pela raiz.

As vezes a infantilidade é tão grande que gera uma zona de conforto e muitas dessas pessoas ficam estagnadas nessa fase. Achando que “estão bem”, desistindo ou abandonando uma psicoterapia por achar que “esta feliz”, o que é auto sabotagem e traz mais sofrimento.

Olhando superficialmente, a pessoa contenta-se com a zona de conforto. Deixando de desenvolver-se plenamente, amadurecer, realizar-se em todas as áreas da vida: pessoal, conjugal, financeiro, social, espiritual.

Dar-se conta desse padrão leva tempo, as vezes, anos. é comum passarem por muitos psicoterapeutas, porque desistem quando começam a melhorar. Mas como não tratou-se a raiz do problema, tudo volta com mais forca. Passa-se por muitos términos amorosos ate decidir melhorar de uma forma profunda, sem fugas e enganos.

Psicoterapia junguiana para abuso sexual

Como nossas primeiras experiências de dor e amor afetam nossas futuras vidas adultas e nossos relacionamentos com os outros? 

Reconhecer o trauma, com uma escuta qualificada (psicologia – traumas emocionais), ajuda a conectar a tristeza, vergonha, raiva reprimida com a vida atual, para gerar entendimento entre passado e presente.

Muitas pacientes chegam na terapia frustradas e perdidas profissionalmente, doenças físicas como câncer ou outras psicossomáticas, vivendo relacionamentos abusivos, dificuldade na sexualidade.

Com a psicoterapia pode-se liberar essas emoções reconhecendo a crueldade sofrida. Ex vitimas podem ter suas cicatrizes fechadas, identificado a dor no inconsciente, parando ciclos de repressão.

O ciclo da dor pode ser quebrado, mas necessita um trabalho terapêutico sensível, respeitoso, acolhedor e apoio incondicional a vítima. Não aceite menos que isso para abordar seu trauma. Não ter contato com o abusador(a) também será essencial para melhoras.

Em suma, pode-se ressignificar o trauma, com uma sessão de cada vez. Abraçar-se e lutar por uma vida com conquistas e realizações adultas. Superando inseguranças, auto sabotagem, infantilidade. Assim pode-se ir construindo novos caminhos sem mais a influencia negativa das memorias traumáticas.

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