Trauma do aborto provocado.

Trauma do aborto provocado: você sofre com o arrependimento de um aborto provocado de forma oculta? Ou sofre com questões de rejeição e abandono, em famílias que passaram por abortos?

Este tema é um tabu entre muitas mulheres porem bastante realizado de forma escondida e oculta. O que o trauma do aborto provocado traz de reflexão sobre o feminino e rejeição a maternidade? Quais as consequências a família?

Primeiramente, decidi escrever este artigo em base ao tratamento psicológico de pacientes ao longo de duas décadas de profissão. Todas estão na mentoria intensiva para tratamento da criança ferida e tem em comum o histórico de abortos provocados desde a 3 geração anterior.  

Sem julgamentos para o ato, este artigo contempla as dores e efeitos de abortos provocados. A psicologia tem caráter de prevenção, acolhimento e tratamento.

Conforme muitas décadas atras engravidar era consequência de relação sexual, sem a precisão dos atuais métodos contraceptivos. Bem como a concepção de casamento estava muito ligada como “obrigação da mulher”, “status da mulher”, “condição para sair de casa”.

Nesse sentido, muitas mulheres casaram sem amor e despreparadas para a vida sexual. Consequência disso é a ausência do prazer sexual, submissão ao machismo e viverem sobrecarregadas cuidando de filhos e tarefas da casa.

Além disso, muitas famílias viviam situações de pobreza. Uma gravidez nova acarretava em muitas mulheres medo de não dar conta, optando por interromper a gravidez com métodos caseiros. Entretanto, atualmente com anticoncepcionais disponíveis, também existem gravidez indesejada. Quais os aspectos psicológicos envolvidos? Angustias e efeitos do aborto?

Cabe ressaltar que casos de aborto por pedofilia/estupro e questões medicas tem um estado de trauma e psicológico diferente: o trauma de perder neonato. Diferente da decisão racional de fazer um aborto oculto.

Trauma do aborto provocado: a mulher e sistema familiar.

Nesse meio tempo de uma geração para outra, conforme a psicologia sistêmica, os abortos provocados tendem a se repetir em famílias que o veem como uma “solução imediata” e a gravidez como um “problema”.

Segundo estudos em psicologia, crenças de “não poder suportar” a vinda de outro filho ou “ser o momento errado”, “o corpo é meu”, “eu decido”. “preciso cuidar da carreira primeiro” estão relacionadas a decisão do aborto provocado.

A psicanalise junguiana, no livro “mulheres que correm com os lobos”, aborda a estrutura inconsciente do feminino em relação a vivenciar a maternidade. Ou seja, os fantasmas, sombras e mascaras que a gravidez pode despertar em uma mulher.

Dessa forma, olhando o aborto provocado de uma forma mais profunda, percebe-se uma negação do outro (o filho), (do pai do filho) e de lidar com o novo papel: tornar-se mãe. Isso atrelado a um mundo rápido e ansioso, onde existem padrões destrutivos de “prazer imediato” e “descarte”.

Muitas confusões emocionais e angustias marcam a noticia de uma gravidez não esperada. Além disso, no caso de mulheres que ja vem de mulheres feridas, com sua criança interior infantil, o aborto provocado pode manifestar o que Freud chama da “pulsão de morte”.

Frequentemente mulheres que optam por abortos provocados passam por muitos problemas conjugais, separações e dificuldades de relacionamentos. Ao mesmo tempo que muitas se arrependem do aborto provocado e vivem o trauma do fantasma do “e se…”.

Em síntese, o lado inconsciente feminino ligado a rejeição podem manifestar-se em em aborto provocado. Em outras palavras você pode refletir sobre sua capacidade de fazer vínculos duradouros e verdadeiros, capacidade de amar e ser amada, lidar e crescer com adversidades.

Inegavelmente o aborto provocado também causa trauma nos parceiros masculinos. Em outras palavras, muitos homens, impotentes pela condição masculina, aceitam a decisão da parceira e entram em depressão.

Consequências psicológicas no sistema familiar: filhos.

De acordo com a psicologia sistêmica e junguiana, ao mesmo tempo que uma mulher comete um aborto, em segredo e oculto, ocorre uma marca inconsciente e física no espaço uterino. Como especialista em hipnose, já ouvi inúmeros relatos de regressões de útero que as crianças veem e sente a morte no útero de suas mães.

Sentem o pavor, medo, desespero, rejeição, pânico de também serem abortadas ou serem indesejadas. Por vezes serão crianças tímidas, com fobias, que buscam agradar e não sabem porque agem dessa forma.

Na vida adulta, podem ter depressão após parto, aversão a sexo (assexuada), bloqueio sexual e personalidades anti sociais. Nesse sentido, desconfiando de tudo e de todos. Portanto, criam essas mascaras e auto proteções antes de um abandono.

Muito importante buscar ajuda psicanalítica para cortar laços energéticos do passado, especialmente em abortos e partos traumáticos como fórceps, risco de morte, entre outros.

Terapia Junguiana para trauma do aborto provocado.

Fazer terapia ou psicanalise consiste numa busca de auto conhecimento profundo, ressignificar o passado e mudar. Dar-se conta que existem padrões de sofrimento e buscar através da terapia uma vida mais amorosa consigo mesmo e com os outros.

Do mesmo modo, no universo feminino a terapia para aborto provocado visa prevenir ou acolher este feminino machucado. Tratar o trauma atrelado ao luto, passado e trabalhar-se para entender-se e ter um proposito de vida. Um mindset favorável a felicidade fraterna.

Em outras palavras, trabalhar a maturidade emocional, resiliência em enfrentar e crescer com os desafios da vida. Sobretudo, o sentimento do amor.

No viés do trauma masculino, entender a baixa auto estima e conexão com parceiras que trazem sofrimento. No mesmo ponto de vista, amar e atrair amor. Analisar a auto sabotagem de interromper uma gravidez não planejada.

De maneira idêntica, para os filhos dessas gerações, a terapia junguiana acolhe a criança interior ferida. Trazendo apoio, consciência e possibilidade de tratar essas feridas inconscientes.

Espero que esse artigo tenha acrescentado no seu autoconhecimento. Experimente fazer terapia e abraça-se para novos caminhos!

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