Importância de perdoar e pedir perdão.

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Você já se perguntou por que é tão difícil perdoar alguém que nos feriu? Ou por que certos erros ainda pesam tanto, mesmo depois de tanto tempo? A verdade é que o perdão seja ao outro ou a si mesmo exige coragem, maturidade emocional e, muitas vezes, auxilio de um profissional psicólogo.

Neste artigo, compartilho reflexões baseadas em mais de 25 anos de psicologia clinica online com pacientes do Brasil, Portugal, Estados Unidos, Oriente Médio, Colômbia, Suíça, Canadá, entre outros. Vou explorar como o perdão afeta a saúde emocional, os relacionamentos e os ciclos da vida, e por que ele é tão essencial em processos de cura, superação e reconexão afetiva.

Perdoar a si mesmo: quando a culpa paralisa a vida

Algumas pessoas vivem presas ao que fizeram ou ao que deixaram de fazer. Acordam com pensamentos de culpa, vão dormir relembrando erros antigos, e sentem que não têm mais o direito de ser felizes. É como se uma parte interna as impedisse de seguir em frente, como se ainda precisassem pagar por algo que, muitas vezes, já foi compreendido ou até perdoado por quem foi ferido. Quando isso não é elaborado, a culpa vira um juiz interno impiedoso, que esgota a energia vital e corrói a autoestima.

Essa culpa costuma se disfarçar de rigidez. A pessoa se torna controladora, exigente consigo mesma, incapaz de se permitir o erro ou a espontaneidade. Relações afetivas são sabotadas pelo medo de falhar outra vez. E decisões importantes são adiadas indefinidamente, como se a vida estivesse sempre em modo de espera. Há quem acredite que ainda não merece recomeçar e isso pode travar a evolução emocional por anos, mesmo após mudanças externas.

Entender a importância de perdoar e pedir perdão inclui reconhecer o próprio valor mesmo diante das falhas. Perdoar a si não é esquecer, mas transformar a memória em aprendizado. É construir um pacto íntimo de dignidade com quem você se tornou e não apenas com quem você foi. Esse é um dos gestos mais sofisticados de amor-próprio e maturidade emocional. Afinal, quando não conseguimos nos perdoar, também tendemos a endurecer com os outros. E é aí que as mágoas viram muros nas relações.

Ciclo do perdão: por que perdoar é tão difícil?

O perdão raramente é imediato. Ele tende a surgir em camadas: da mágoa à raiva, do silêncio à tentativa de compreender, e às vezes, à libertação. Perdoar alguém não é um gesto que se impõe, mas um processo emocional que exige tempo, lucidez e, acima de tudo, coragem para reconhecer a própria dor. Em muitos casos, o perdão só começa quando a pessoa compreende que alimentar as feridas causam mais dor interna e desgastes.

Esse ciclo envolve aceitar que o passado não pode ser refeito e que o outro talvez nunca peça desculpas, nem compreenda o mal que causou. O sofrimento, nesse estágio, já não grita mas permanece ali, como uma presença que pesa. Algumas pessoas tentam perdoar racionalmente, mas não conseguem acessar o afeto que foi congelado. Outras se obrigam a esquecer e adoecem. Nenhum caminho forçado sustenta perdão verdadeiro.

Compreender a importância de perdoar e pedir perdão é aceitar que a libertação emocional não depende do tempo, mas da forma como olhamos para o que nos feriu. Abordagens como a Terapia da Compaixão mostram que o perdão pode nascer de um lugar sereno e firme, onde o sofrimento é reconhecido, mas não mais alimentado. Como escreveu Nietzsche: “A árvore que quer tocar o céu precisa ter raízes profundas na terra.”

Mágoa, decepção ou revolta? Diferentes dores, diferentes perdões

Nem todo perdão parte do mesmo lugar porque nem toda dor tem a mesma natureza. Mágoas costumam surgir em relações significativas onde há expectativa emocional não correspondida. São dores que, mesmo intensas, ainda preservam um vínculo interno com a pessoa que causou o dano. Já a decepção emerge da quebra de uma idealização. Por exemplo, o pai que não protegeu, o parceiro que traiu, a amiga que virou as costas. Dessa forma, perdoar nesses casos implica elaborar não só o que foi feito, mas o que deixou de ser.

A revolta, por outro lado, está relacionada a vivências de profunda injustiça, como abandono severo, abuso, humilhações recorrentes ou violência explícita. Nesses casos, o perdão não é um fim esperado mas uma possibilidade remota, que depende de um longo trabalho de elaboração psíquica. Estudos como os de Everett Worthington, referência internacional no tema, mostram que o perdão nesses contextos pode reduzir o sofrimento psíquico e restaurar o senso de controle interno, mas nunca deve ser apressado ou imposto.

Compreender a importância de perdoar e pedir perdão é reconhecer que cada tipo de dor exige uma resposta emocional proporcional. Às vezes, o que se chama de perdão é apenas o fim de uma longa travessia de compreensão, reconstrução e limites. Como escreveu Carl Jung: “Não se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas tornando consciente a escuridão.”

Quando pedir perdão e quando isso não é suficiente

Pedir perdão é um gesto que exige humildade, mas também consciência. Nem sempre um “me desculpa” é bem recebido especialmente quando o outro ainda está em dor, ou quando o pedido vem sem responsabilidade emocional real. Em muitos casos, o arrependimento sincero precisa vir acompanhado de mudança concreta, não apenas de palavras. Pedir perdão não deve ser uma tentativa de limpar a culpa, mas uma abertura para reparar o que foi danificado.

Há situações em que o dano causado é tão profundo que o perdão do outro pode nunca chegar. Ou pior: o pedido de desculpas pode reabrir feridas, ser lido como manipulação, ou reforçar a desigualdade emocional entre as partes. Por isso, a ética do pedido de perdão envolve escuta, timing e, às vezes, silêncio. No contexto terapêutico, vemos que algumas pessoas só conseguem se perdoar após tentarem reparar mesmo sem garantias de reconciliação.

A importância de perdoar e pedir perdão também envolve reconhecer quando erramos. Tambem, a partir disso, agir com responsabilidade, e não com culpa cega. Reparar, sempre que possível, é um gesto de consciência. Mas há situações em que a reparação não é mais possível, ou em que o outro não está disponível para escutar. Nesses casos, é preciso transformar o arrependimento em atitude: mudar condutas, reconstruir vínculos com base em verdade, e aprender com aquilo que foi quebrado. O perdão, então, se torna menos um pedido e mais uma postura ética, afetiva e silenciosa.

Narrativas de perdão: soltar não é esquecer, é se proteger

Carlos (nome fictício) viveu por anos sob alcoolismo. Nesse período, tornou-se agressivo com a esposa, emocionalmente ausente com os filhos e foi internado após uma crise hepática grave. Ao iniciar um processo de sobriedade, tentou se reaproximar da família, buscando perdão. Mas suas palavras não apagavam os danos deixados. Os filhos, agora adultos, carregavam medos, desconfianças e mágoas silenciosas. O perdão, quando veio, não foi imediato, nem completo. Entretanto, libertou Carlos pois foi uma forma de soltar o peso da dor sem negar o passado e aceitando as consequências.

Luciana, por outro lado, foi vítima de abuso sexual na infância. Na vida adulta, ainda sentia vergonha pelo que vivenciou e ter sua inocência violentamente roubada. Em sua travessia terapêutica, entendeu que perdoar não era inocentar, mas deixar de carregar a violência pela vida e com seu corpo. Perdoar, naquele caso, significava romper a identificação com a dor e se proteger da contaminação emocional. Ela fez justiça: denunciou, cortou relações com quem a desacreditou, e só então pôde iniciar um processo de perdão simbólico, não pelo outro, mas por si.

Essas histórias revelam que a importância de perdoar e pedir perdão não está em apagar o que foi vivido, mas em transformar a relação com a experiência dolorosa ou traumática. O perdão verdadeiro não diminui o impacto do que ocorreu. Certamente dignifica o sujeito que escolhe não perpetuar o mal recebido. É um processo de insights, que passam por muitas camadas mentais e emocionais com potencial de sofrimento que pede liberação ou libertação. Quem perdoa com lucidez não nega a dor apenas decide que ela não será o centro de sua existência.

Como a psicoterapia auxilia no ciclo do perdão e evita o adoecimento emocional

O perdão, quando verdadeiro, não nasce da pressa mas da maturidade emocional de quem decidiu cuidar da própria dor com responsabilidade. Na psicoterapia, auxilio diariamente pessoas a lidarem com mágoas traumas não elaborados e vínculos onde o afeto cedeu lugar ao ressentimento. O que mais fere, muitas vezes, não é o que aconteceu, mas o que nunca pôde ser sentido, nomeado ou compreendido com segurança. É nesse ponto que a escuta qualificada psicoterapêutica se torna essencial: ela dá forma à dor e devolve ao paciente o direito de existir fora do que lhe feriu.

A psicologia junguiana auxilia na compreensão das emoções reprimidas. Por exemplo, a raiva, a humilhação e o desejo de vingança. Assim permite trabalhar com os complexos afetivos ligados ao perdão. A Terapia da Compaixão, por sua vez, desenvolve recursos internos de acolhimento e autorregulação, impedindo que a pessoa se identifique com o agressor ou com a posição de vítima. Já as abordagens cognitivas ajudam a romper ciclos repetitivos de culpa, medo e autossabotagem que, se não forem tratados, acabam conduzindo o indivíduo a reproduzir relações tóxicas por fidelidade inconsciente à dor original.

A importância de perdoar e pedir perdão não se resume a restaurar laços rompidos, mas a preservar a saúde mental, os limites emocionais e a capacidade de viver vínculos com mais clareza e verdade. Perdoar não significa esquecer, nem voltar atrás — mas reorganizar-se por dentro para não carregar mais o que adoece, nem repetir padrões afetivos destrutivos. Nesse caminho, a psicoterapia não oferece atalhos, mas sustentação real para transformar o sofrimento em consciência.

Conclusão: Ciclo emocional de Reconstrução Interna

O perdão não é um gesto simples. Assim, é um ciclo emocional que envolve coragem e, muitas vezes, reconstrução interna. Para algumas pessoas, perdoar é soltar a dor. Para outras, é não permitir que o que foi vivido defina quem elas são. O importante é reconhecer que esse processo pode e deve ser feito com apoio ético, técnico e acolhedor. A psicoterapia não apressa o tempo do coração, mas oferece estrutura para que o sofrimento não se transforme em prisão emocional.

Com mais de 25 anos de experiência clínica, atendo pacientes em cidades como São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre, Porto, Houston, Doha, Zurique, Nova York, , conduzindo jornadas de terapia online individual e terapia de casal com profundidade e sigilo. Se você vive o impacto de uma mágoa antiga, de um rompimento conjugal, de um abuso ou de uma culpa que insiste em voltar saiba que não precisa carregar isso sozinho.

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