Sexualidade com consciência

Sexualidade com consciência: vamos refletir? Sexo é uma área da vida, parte importante de identidade e bem estar. Mas tem gente que tem vergonha de falar, se informar, em algumas famílias é um tabu. A vergonha sobre o tema deixa uma brecha para ocorrer abusos e baixa qualidade da vida sexual.

Na clinica psicológica contemporânea atendo homens, mulheres e casais com variadas demandas de sexualidade. Atualmente as pessoas buscam seu prazer de uma forma natural e espontânea, respeitando seus desejos ou buscando auto conhecimento para lidar com angustias.

Levantar a questão da consciência sexual se faz necessária porque muitas pessoas tem conflitos e bloqueios, excessos nessa área da vida. Juntamente projetando carências pessoais, conflitos de relacionamento mal resolvidos em compensações.

Por exemplo, fazendo do trabalho (ou dinheiro) o único proposito de vida. Além disso, descontando na comida, ego, inveja, fantasias incestuosas, fobias, obsessões (TOC, exemplo: mania de limpeza), neuroses com o corpo, fobias, jogos sexuais. Nesse sentido buscando de forma inconsciente, evitar julgamentos/rejeição, busca por auto afirmação.

Entretanto essas estratégias, que vem de crenças disfuncionais, acarretam prejuízos pessoais e nos relacionamentos. Dessa forma, sofrimentos devido a questões de sexualidade levam a buscar consciência, através da psicoterapia.

Sexualidade com consciência: onde nascem os problemas?

Sexualidade não é sinônimo de sexo. Esta ligada à sensibilidade, corpo, afeto. Ou seja: a sua forma de ser e estar no mundo. Logo, são as suas sensações, emoções, experiências, relacionamentos, amores e prazeres. Sua dimensão é biopsicossocial, ou seja, é o bem-estar da vida, tanto biológico quanto psicológico e social.

Durante sua infância e adolescência, você vai formando crenças a respeito da sexualidade. Algumas famílias possuem padrões rígidos, autoritários. Nesse contexto, a criança sexo vira um tabu e da asas a fantasias, iniciações precoces, disfunções sexuais e ate assexualidade.

Por outro lado, outras famílias em contextos machistas e com hipersexualidade, acabam gerando traumas. Por exemplo, o garoto que é levado a casas de prostituição para perder a virgindade, a criança/adolescente que vê os pais em ato sexual ou assiste conteúdos impróprios para a idade.

De maneira idêntica, abuso sexual também constitui o maior trauma em sexualidade. Visto sua demanda de choque emocional, culpa. Como resultado instala-se psicologicamente bloqueios amorosos e sexuais. Ora a hipersexualidade e vícios sexuais.

Sensibilidade e Auto estima: Aliadas da sexualidade consciente.

A satisfação sexual é um estado psicológico relacionado a sexualidade. Nesse sentido inclui autenticidade, sensibilidade, auto estima para vive-la com liberdade conforme seus valores. Bem como experimentar o prazer sem que haja ansiedade, medo, culpa ou vergonha.

Todas as pessoas merecem viver sua sexualidade. A consciência sexual não envolve apenas o ato sexual, mas principalmente se sentir confortável para viver a própria sexualidade como quiser.

Alguns homens e mulheres com baixa auto estima tentam buscar padrões de beleza e/ou desempenho, prazer sexual inatingível. As vezes devido pornografia ou estimulado pela bolha das mídias sociais. Isso gera uma desconexão com a autoimagem que relacionamentos e prazer sexual.

A baixa auto estima aumenta o sentimento de solidão. Dessa maneira, pode causar indiferença, onde perde-se a confiança e intimidade consigo mesmo e logo com o parceiro(a).

Como você tem se relacionado? Reflita seu grau de sensibilidade e empatia consigo mesmo e com seu parceiro(a). Quando foi sua ultima conversa? Entretanto, se você esta solteiro, reflita sobre o significado da sua sexualidade e vida sexual hoje: de que forma você tem vivido ou compensado essa energia?

Psicoterapia: Conversar e entender sua Sexualidade.

Como abordei ao longo deste artigo, a consciência sexual envolve estar de bem consigo mesmo incluindo crenças, conceitos, aceitar o corpo. Vivenciar a sexualidade com consciência esta ligado a sua capacidade de se permitir estar numa relação verdadeira, por inteiro(a).

Independente de um relacionamento aberto ou fechado, a consciência cultiva a intimidade que preza pelo amor, cuidado, confiança, a partilha de vida, sentimentos e sofrimentos.

Muito além do ato sexual, apropriar-se de sua sexualidade envolve abraçar sua vulnerabilidade. A consciência envolve o processo de olhar, tocar, sentir. E faz uma conexão com o amor incondicional que significa aceitar sua essência sem julgamentos, a cura do feminino/masculino.

A psicoterapia junguiana traz autoconhecimento profundo, muitas vezes limpar conceitos e trabalhar eventos traumáticos. Valorizar sentir prazer, aprender a lidar com imperfeição. Amadurecer traz paz a si mesmo e aos outros, desenvolver a sabedoria para escapar de armadilhas e doutrinas.

Buscar fazer analise ou terapia reflete sua honestidade com você mesmo. Abraçar sua sexualidade e sua busca por vivencia-la de forma confortável a você. Espero que este texto contribua para sua reflexão.

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