Dependência química e vícios.

Dependência química e vícios: este tema é o escolhido para reflexão psicoterapêutica de hoje. O abuso de substancias, álcool e drogas, produz diversos efeitos que debilitam aspectos da vida pessoal, profissional e conjugal.

Antes de abordar a doença da dependência química, é importante esclarecer que ela inicia por fins recreativos. Na busca por “relaxar”, “esquecer os problemas”, “perder a timidez”, “sensações novas”.

Juntamente com a recreação, passara a ser usada em momentos de mal estar e crises na vida. Dessa forma, aliviando sintomas temporariamente, criando comportamentos, amizades de perpetuação do vício.

Com o passar do tempo ocorrem acidentes, perdas, conflitos familiares que levam as famílias a buscarem psicoterapia. Pacientes costumam buscar ajuda ou aceitar ajuda ao vivenciarem separações conjugais, emergências medicas, prejuízos morais e financeiros.

Dependência química e abuso de substancias: Conflitos familiares e Traumas de relacionamento

Em mais de 20 anos de experiencia clinica em psicoterapia, comprovo a teoria psicanalítica nos casos de dependência química. Os conflitos familiares, sensação de desamparo familiar, insegurança, inferioridade são quase sempre presentes.

Mesmo nas gerações atuais, onde o consumo de álcool e drogas esta mais associado a “diversão”, os jovens relatam sofrerem muitas pressões familiares, estarem cansados de “hipocrisias” na família e sociedade. Nesse sentido, sofrem com insegurança em suas decisões e propósitos de vida.

Da mesma forma, a personalidade do dependente químico é marcada por sentimento de inferioridade, insegurança, gosta de agradar as outros, ansiedade, imediatismo e negação de comportamentos que os prejudicam.

A maior dificuldade para o tratamento do abuso de substancias é o paciente aceitar que precisa de ajuda. Cultivam argumentos como “fumar erva é a única alegria da vida”, “pelo menos não roubo ninguém”, “eu mereço relaxar”. Essas crenças de permissão facilitam a continuação do uso de substancias que chegar em situações de crises graves como: overdose, emergência medica, acidente, perda de emprego, déficit cognitivo.

Dependência: Caso clínico real

Para ilustrar, vou contar resumidamente a historia de Alan (nome fictício). 36 anos, procura a terapia por depressão após pedido de divorcio de sua esposa. Nas primeiras sessões já deixa claro seu habito de beber após o trabalho.

Ao mesmo tempo que adora tomar drinks para relaxar e que isso o ajuda em sua fobia social. Em suas sessões, Alan deu-se conta do abandono paterno em sua infância e que cresceu em uma família de mulheres solitárias. Teve consciência de relacionamentos codependentes com sua vo, mãe, tias, ex esposa e sentia-se culpado se algo ruim acontecesse com elas.

Sua mãe teve câncer e isso o levou a querer se matar. A psicoterapia visava reduzir a ansiedade e encontrar formas de não sentir-se esmagado pelas coisas que não podia controlar.

Em um processo terapêutico com ideações suicidas, acidentes de transito por excesso de álcool, divorcio, luto, Alan conseguiu explorar mudanças de perspectivas. Assim mudar estilos de vida, fazer auto monitoramento e enfrentamento das questões emocionais que levaram aos vícios.

Auto conhecimento traz um fortalecimento de habilidades para enfrentamento de hábitos nocivos. O suporte psicológico especializado facilita esses estágios de mudança.

Dependência química e vícios: como a psicoterapia funciona?

Para o tratamento psicológico de vícios e abuso de substancias, o primeiro passo é a pessoa aceitar procurar ajuda. Muitos pacientes chegam na terapia com medo de internações e experiencias anteriores negativas com psiquiatras. Sob esse ponto de vista sempre explico que a psicoterapia junguiana preza pelo humanismo e cuidado emocional.

A modificação duradoura de comportamentos adictivos é feita por estágios de mudanças. De início, entender as causas dos sofrimentos e crenças sobre relaxamento e diversão. Posteriormente, protocolos cognitivos e técnicas de preparação e ações.

Esse caminho de recuperação envolve consciência e mudanças sobre limites e determinações.

Finalmente, manutenção de recaídas, para manter a abstinência é o estado final. Portanto, solidificar os ganhos com o tratamento, aprendendo a viver e superar um dia de cada vez.

Espero que este artigo te encoraje a buscar ajuda e usufruir os benefícios do auto conhecimento.

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