Entender a si mesmo através da historia familiar

Entender a si mesmo através da historia familiar: este será o artigo para reflexão de hoje. Buscando uma compreensão profunda da sua historia de vida para melhorar seu mindset?

Primeiramente, valorizar o inconsciente familiar e historia de vida são características da psicologia junguiana. Para Jung, tudo esta relacionado em um contexto sistêmico ou holístico. Especialmente, os vínculos familiares e as heranças emocionais inconscientes em nossas vidas.

Como as gerações passadas de sua família afetam seu casamento hoje? Além disso, de que forma afeta decisões profissionais? Por que algo da sua infância afeta seu presente?

Então, todas essas respostas estão relacionadas a entender a si mesmo através da historia familiar. Por exemplo, quando um adolescente vem para a terapia ele já carrega a vontade que sua família também faça terapia.

Isso se justifica porque os inconscientes se comunicam e ele sabe que esta preso em padrões e vínculos familiares. O bem estar psicológico de seus pais esta diretamente relacionado ao dele.

Por vezes leva-se muito tempo ate todos da família buscarem terapia. Normalmente um outro faz terapia sendo visto por desconfiança pelos outros membros. Por que isso acontece?

Do mesmo modo, para onde vão os segredos familiares? Como estabelece-se o relacionamento entre pais e filhos com conflitos constantes?

Em outras palavras, você foi formando sua identidade e mindset conforme foi assimilando padrões de afeto, dialogo, carreira, crenças. Além disso, sua rotina na infância e na adolescência.

Entender a si mesmo através da historia familiar: quem era seus referenciais de identidade?

Para compreender-se melhor reflita sobre as pessoas que foram importantes para você na sua infância. De quem você era mais próximo? Quem te inspirava confiança? Como era a personalidade dessa pessoa? Quem inspirou essa pessoa?

Por identificação, você ter varias comportamentos ou caminhos semelhantes a desta pessoa. Em psicanalise sabemos que a busca do reconhecimento e ser amado pela família leva a internalizar ideias no subconsciente sejam construtivas ou destrutivas.

Por exemplo, pessoas que crescem em lares violentos psicologicamente e/ou fisicamente, o subconsciente acredita que “se apanham, devem merecer”, “se o pai diz que não presta, não presta”.

Outro exemplo, crescer em um lar vendo mentira e infidelidade entre os pais, o subconsciente pode assimilar como: “trair é normal”, “todo mundo trai”, “não vou ficar com ninguém para não ser traído”, entre outras crenças.

Nesse sentido nosso familiares não são perfeitos. Bem como tem uma historia de vida com identificações também. A grande questão para o desenvolvimento pessoal é aceitar e reconhecer sua historia, para poder ter liberdade e autonomia de conseguir fazer escolhas diferentes.

Nesse sentido, não é porque você tem avo e bisavó suicida que também vai ter depressão e cometer suicídio. Teve avo e pai infiel, vai reproduzir a infidelidade. Sofreu violência na infância e atrai parceiros agressivos.

Sob esse ponto de vista existe um padrão inconsciente a ser projetado e repetido. No entanto, pode ser transformado através da consciência, insights e vivenciar sentimentos da criança interior.

Desenvolvimento pessoal: Vínculos familiares e o perdão.

Para as crianças, pais e mães são seus super heróis. Entender que também são humanos e imperfeitos faz parte do desenvolvimento das fases da vida. Por outro lado, muitas figuras idosas ou de autoridade familiar tentam passar a imagem de perfeição e/ou controle.

A falta da humildade e da imperfeição pode levar a desenvolver uma vida de falsidade, bloqueios emocionais, doenças emocionais. Todas gerações familiares carregam dores. A terapia junguiana olha a fundo para essas dores.

Para ilustrar, um arquétipo cristão: Adão e Eva. Eva come do fruto proibido, em sua imperfeição e ambos são expulsos do paraíso. A partir dai todos os seus descendentes são “amaldiçoados” com as dificuldades fora do paraíso e a morte.

Assim se dão as ligações familiares inconscientes. O quinto ou sexto descendente da Eva pode sentir culpa e angustia sem saber exatamente o motivo. Ou pode procurar por algo que não encontra em lugar nenhum.

Por isso, após cuidar da criança e adolescente interior, desenvolve-se a capacidade de ter compaixão e perdoar inicia uma metamorfose. Lembrando que o perdão tem duas vias iniciando pelo auto perdão. 

Ao compreender vínculos familiares, pode-se libertar de promessas ou maldições e aprender a viver sem culpa ou medo de percorrer o destino dito por seu coração. Jung chama esse processo de individuação.

Espero que este artigo tenha feito sentido para você. E se precisar de auxilio especializado, te aguardo na consulta online.

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