Enfrentando a Codependencia Afetiva

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Você já sentiu que sua vida gira em torno do bem-estar dos outros? A codependencia afetiva surge em vínculos familiares, conjugais ou amizades, onde o cuidado se transforma em desgaste e a identidade se perde no esforço de agradar ou compensar o passado. Mesmo pessoas corretas, éticas e financeiramente independentes podem se ver presas a esse padrão emocional.

Com mais de duas décadas de experiência clínica em psicoterapia psicanalítica e junguiana, online para pacientes nos cinco continentes que buscam reconstruir sua autonomia emocional sem abrir mão da sensibilidade. São adultos conscientes que buscam independência emocional, desapego, respeitar as decisões dos outros. Assim, neste artigo, abordo como compreender as origens da codependência, os padrões inconscientes que perpetuam o sofrimento e os pilares para uma vida emocional mais livre e verdadeira.

Origem da Codependencia Afetiva

Relacionamentos marcados por insegurança, culpa e necessidade constante de agradar têm raízes profundas, quase sempre invisíveis à primeira vista. A infância, com suas dinâmicas familiares e afetivas, costuma ser o cenário em que esses padrões se formam. Em famílias disfuncionais, a criança aprende cedo a se adaptar emocionalmente para sobreviver. Por exemplo: silencia desejos, assume responsabilidades que não lhe cabem e desenvolve um radar emocional para prever reações alheias.

Esse comportamento adaptativo, inicialmente necessário, torna-se disfuncional na vida adulta. A pessoa codependente acredita que precisa controlar o ambiente ao seu redor para se sentir segura. Por isso, confunde amor com obrigação, cuidado com controle, presença com subserviência. Muitas vezes, repete sem perceber a tentativa de salvar figuras parentais feridas, projetando essa missão em parceiros, filhos ou amigos.

Na psicoterapia com foco em codependencia, é possível identificar essas origens com clareza e acolhimento. Reconhecer o que foi aprendido é o primeiro passo para interromper o ciclo. Como afirmou Carl Jung, “até que você torne o inconsciente consciente, ele dirigirá sua vida e você o chamará de destino.” A origem do sofrimento não define o futuro mas ignorá-la perpetua o mesmo enredo.

Libertar-se da Culpa e das Crenças que Sustentam a Codependencia

A culpa é uma das principais amarras da codependencia. Muitas pessoas continuam em vínculos tóxicos não por amor, mas pelo medo de ferir, desapontar ou parecer egoístas. Crescer em ambientes onde as emoções eram manipuladas ou ignoradas cria crenças inconscientes que moldam o comportamento: “não posso pensar em mim”, “não tenho valor sem ser útil”, “sou responsável pelos sentimentos dos outros”.

Essas vozes internas críticas, punitivas e exigentes atuam como sabotadores emocionais. Elas surgem nos momentos em que a pessoa tenta se posicionar, dizer “não” ou tomar decisões que contrariem a expectativa alheia. É nesse ponto que muitas pessoas recuam, por medo de parecerem más, frias ou ingratas. O ciclo recomeça, silencioso e corrosivo.

Libertar-se desses condicionamentos não acontece da noite para o dia. Mas é possível, com consciência, cuidado e persistência. Em terapia, trabalhamos a diferenciação entre o eu verdadeiro e as vozes herdadas do passado. Desenvolver esse discernimento permite que o adulto de hoje deixe de viver sob a lente distorcida da criança ferida de ontem e comece a agir com autonomia, sem culpa por existir.

Reconstruindo o Vínculo com a Própria Identidade

Quem vive em codependencia afetiva muitas vezes conhece o outro profundamente, mas permanece alheio a si mesmo. Aprende a identificar as emoções alheias, mas não sabe nomear as próprias. Desenvolve empatia, mas negligencia as próprias necessidades. Cuidar de si mesmo não é um gesto de egoísmo, é um compromisso de integridade emocional.

A reconstrução do vínculo consigo exige três fundamentos: autoaceitação, autovalorização e autoapreciação. A autoaceitação permite reconhecer quem se é, com qualidades e imperfeições, sem recorrer à comparação constante. A autovalorização resgata o direito de ocupar espaço com dignidade, de tomar decisões por conta própria, de dizer “não” sem medo. Já a autoapreciação é a prática cotidiana de reconhecer conquistas, limites e o valor de simplesmente existir.

Esse processo não acontece apenas no plano racional. Ele exige corpo, tempo e cuidado. pede uma mudança interna difícil: permitir que o outro exista por si, sem precisar intervir, consertar ou impedir que sinta dor. O grande desafio do codependente não é cuidar de si, mas cuidar de si sem invadir o espaço emocional do outro. É confiar que cada pessoa tem seu próprio caminho e que respeitar esse caminho também é um ato de amor.

A terapeuta sistêmica Virginia Satir afirma: “Cada pessoa tem o direito de ver, ouvir, sentir, pensar e experimentar por conta própria.” Esse princípio é essencial na jornada de superação da codependencia. Quando deixamos de controlar o ambiente emocional ao redor, criamos espaço interno para cuidar de nós com verdade, não em reação ao outro, mas em conexão com nossas necessidades reais. Em outras palavras, liberdade emocional começa quando soltamos o que não nos pertence.

Desenvolvendo a Inteligência Emocional

Inteligência emocional, no enfrentamento da codependencia afetiva, envolve reconhecer o que se sente, nomear com precisão os estados internos e responder com consciência, em vez de reagir automaticamente. Para pessoas em padrão de codependencia, esse aprendizado é essencial. Sentimentos como ansiedade, culpa ou frustração costumam ser silenciados para manter a paz externa, o que acaba gerando sobrecarga emocional e sensação de invisibilidade.

Identificar gatilhos é um passo decisivo. Um olhar de desaprovação, uma ausência de resposta, uma palavra mal interpretada, estímulos aparentemente pequenos podem ativar feridas antigas. Quando essas emoções não são nomeadas, o corpo responde com tensão, defensividade ou submissão. Assim, criar consciência do próprio estado emocional permite adiar respostas impulsivas e agir com maturidade.

Como afirmou Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional, “autoconsciência é a pedra fundamental da inteligência emocional.” Desenvolver essa escuta interna é também aprender a sair dos mecanismos de defesa e do autoengano. Nesse processo, a psicoterapia se torna um espaço único de elaboração simbólica, onde cada insight é construído com base nas experiências e dinâmicas de vida do próprio paciente. É nesse encontro entre o sentir e o compreender que surgem escolhas mais livres e resilientes com a verdade de cada um.

Comunicação Assertiva e Não Violenta

Pessoas em padrão de codependencia tendem a moldar a própria comunicação em função do outro: evitam conflitos, omitem incômodos ou se justificam em excesso. No fundo, há um medo legítimo de perder o vínculo, de parecer ingratas ou de provocar rejeição. A comunicação deixa de ser um canal de expressão e se transforma em um esforço constante de preservação da relação ou compensação por culpa, mesmo quando essa relação já não respeita quem a pessoa realmente é.

Desenvolver a assertividade significa encontrar palavras que expressem o que se sente, sem agredir nem se calar. É saber dizer “eu prefiro que…” em vez de acusar. É assumir a própria verdade com firmeza e respeito. A comunicação não violenta ajuda a quebrar padrões antigos de submissão ou controle, abrindo espaço para diálogos mais autênticos onde não é preciso se perder para ser aceito.

Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta, afirmou: “Quando usamos a linguagem para culpar, envergonhar ou punir, estamos cortando a conexão.” Aprender a se comunicar de forma clara, honesta e gentil é um exercício contínuo de presença. Não se trata de convencer o outro, mas de se posicionar com respeito. E, com o tempo, essa clareza passa a filtrar relações: algumas se fortalecem, outras se revelam. Ambas as respostas são formas de liberdade e respeito.

Reaprendendo a Amar: Intimidade com Autonomia Emocional

Um dos maiores desafios após romper com a codependencia é reaprender a se vincular sem querer salvar o outro. Muitas pessoas que estão em processo de transformação carregam o medo de voltar a se anular, de se tornar novamente responsáveis pelos sentimentos dos outros ou de repetir antigos padrões de vigilância emocional. A mudança real começa quando se compreende que estar próximo não é o mesmo que controlar e que amar não significa salvar.

O exercício mais difícil para codependentes é dar espaço aos outros e aproveitar momentos de solitude. Não é egoísmo, mas diferenciação emocional: saber onde você termina e o outro começa. Relações saudáveis exigem fronteiras afetivas claras. Não se trata de se afastar do vínculo, mas de ocupar o próprio lugar nele. Quem se coloca em primeiro lugar com integridade tende a cultivar relacionamentos leves.

Em outras palavras, simboliza que seu campo emocional também precisa de espaço. Amar com autonomia é exatamente isso: permanecer em contato, mas livre; acolher, mas não absorver; estar presente, sem carregar o que não lhe pertence. Com o tratamento psicológico, a ansiedade começa a diminuir. A urgência de agradar, consertar ou interferir vai dando lugar a uma presença mais calma, mais lúcida. E é aí que algo essencial acontece: os relacionamentos passam a ser vistos com novas lentes. Sem medo, sem fantasia, sem obrigação. Relações tornam-se escolhas, não prisões. E a pessoa volta a sentir que pode amar e ser amada com leveza.

Conclusão: autoconhecimento para relações mais maduras

Cada pessoa carrega um modo particular de se vincular. Ao longo do tratamento da codependencia, o que muda não é o desejo de estar com o outro, mas a forma de ocupar esse espaço. Quando a ansiedade diminui, surge uma nova lente: é possível se relacionar com presença, sem se fundir; com afeto, sem invadir. Essa diferenciação não elimina o vínculo, ela o fortalece.

Se você deseja desenvolver relações mais maduras, compreender a origem dos seus padrões emocionais e construir escolhas com mais clareza e liberdade, a psicoterapia pode ser um caminho consistente. Um espaço de escuta qualificada, aprofundamento e realinhamento interno voltado à sua história, ao seu momento e ao que ainda pode ser transformado.

🦋 Se você sente que é hora de transformar sua vida e encontrar equilíbrio emocional, estou aqui para caminhar ao seu lado nessa jornada.

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