Neste artigo, vou abordar terapia para emigrantes: desafios emocionais e conjugais ao emigrar. Sendo psicóloga especialista em psicanalise, e terapia de casal atendo online diversos brasileiros no exterior bem como portugueses que emigram de país e buscam terapia para emigrantes.
Isso acontece devido desafios psicológicos e de relacionamentos enfrentados por imigrantes, focando na adaptação e na vivência da nova realidade como moradores. Abordarei a solidão, o sentimento de saudade, procrastinação, depressão, conflitos conjugais e a e a importância da psicoterapia psicanalítica como estratégia para a resiliência e o foco no propósito de vida.
Entendendo a imigração e seus desafios
A imigração envolve a mobilidade de indivíduos em busca de melhores condições de vida, oportunidades profissionais, períodos sabáticos ou fuga de conflitos. Assim, esse processo de mudança ocorre com desafios significativos, práticos quanto psicológicos. Imigrantes se deparam com a dificuldade de se adaptarem a um novo ambiente cultural e social, o que pode culminar em uma intensa experiência de desamparo emocional.
Um dos desafios é a reconstrução da identidade. Quando uma pessoa se muda para um novo país, precisa refazer suas conexões emocionais e de pertencimento. Por exemplo, pessoas que emigram após os 40 anos de idade, pela vontade de construir uma vida nova. Muitas vezes, sofrem entre a nova vida e as memórias do passado pode causar um conflito interno de sentimentos.
Adicionalmente, as questões de aceitação social contribuem para a carga emocional do emigrante. A dificuldade em estabelecer relacionamentos significativos em uma nova cultura, as barreiras linguísticas e o medo de discriminação podem gerar ansiedade e depressão. A percepção de pertencimento social gera um impacto na saúde mental.
Dessa forma, fortalecer a capacidade de resiliência torna-se essencial para enfrentar esses desafios e encontrar um novo sentido de vida em um ambiente desconhecido.
Conflitos conjugais: como a emigração afeta relacionamentos?
A adaptação à nova realidade em um novo país, para casais traz desafios que permeiam a vida cotidiana. Por exemplo: capacidade de organização, iniciativa, adaptação a novos empregos, forma de comunicação. As vezes, um parceiro emigra primeiro e precisa lidar com a solidão ate o cônjuge ir, nesse período podem ocorrer traições.
Também muito comum um parceiro estar satisfeito profissionalmente no novo pais e seu cônjuge estar infeliz, com dificuldade de adaptação. Ao deixarem suas origens e sentirem-se carentes emocionalmente pode ocorrer depressão, profundo vazio emocional, que pode se manifestar em várias formas, como irritabilidade, compulsões, procrastinação.
Posteriormente, com esses problemas emocionais e conflitos conjugais, os parceiros distanciam-se emocionalmente e sexualmente. Dessa forma, aumentam as tensões no ambiente, pode ocorrer agressividade psicológica, infidelidade, perda de controle no orçamento, falta de tempo de qualidade ao casal, deixar de priorizar o relacionamento.
Nesse sentido, como a terapia de casal pode ajudar casais de emigrantes?
- promove escuta ativa entre o casal.
- identificar e trabalhar padrões de conflito.
- Trabalha traumas e inseguranças que afetam o relacionamento
- Oferece estratégias de reconexão e tempo de qualidade
- Desenvolve a comunicação não violenta.
Lidando com o sentimento da saudade e idealizações
A experiência de emigração é marcada pelo sentimento de nostalgia e saudade. Por isso, sua inteligência emocional e autoconhecimento serão decisivos na sua qualidade de vida. Um dos desafios e problemas emocionais de emigrantes é lidar com familiares que ficaram no pais de origem. Muitos se preocupam, enviam dinheiro mensalmente e podem entrar em fantasias de um passado e família idealizada.
Por exemplo, sentir-se super bem enquanto a família noutro pais vive outra realidade ou enfrenta doenças graves. A capacidade de expressar o que se sente, comunicar-se afetam a adaptação à nova realidade. Lidar com a nostalgia e a saudade pode ser feito de forma emocionalmente saudável. Por exemplo, comunidades de imigrantes que compartilham experiências semelhantes, saber dizer não para pedidos abusivos de familiares.
Outra abordagem, vivenciada em psicoterapia, é aprender a construir metas realistas e viver no presente. Na falta de viver o presente significa que o emocional pode estar em crise. Assim, com angustia, insônia, baixa produtividade, procrastinação, relacionamentos tóxicos, dependência emocional.
Além disso, a terapia pode ser um recurso valioso para trabalhar esses sentimentos, permitindo que os emigrantes explorem suas emoções em um sessões de terapia seguras e acolhedoras. Ao abordar a nostalgia e a saudade de forma construtiva, é possível dar-se conta de fantasias, idealizações e manter a clareza no proposito de vida e relacionamentos. Assim evitando entrar em armadilhas e auto sabotagens e manter a emigração em uma oportunidade para crescimento e autocompreensão.
A experiência da solidão
A solidão é uma experiência recorrente entre os imigrantes, o autoconhecimento e amor próprio serão fundamentais para o autocuidado e saúde mental na fase da adaptação em um novo país. Frequentemente exacerbada pela disrupção de suas redes sociais e também por encontrar pertencimento a nova cultura.
Igualmente, entre a idealização do lugar e a realidade precisa-se adaptar-se ao que sente-se e encontra-se. Reflita sobre seu grau de abertura. Quando se tem dificuldade de adaptação e baixo autoconhecimento, a sensação de estar isolado, mesmo em meio a pessoas, pode levar a consequências psicológicas profundas, como depressão, conflitos relacionamentos, ansiedade e pensamentos suicidas.
Essa solidão, na maioria das vezes, integra uma crise existencial, sendo muito comum em nômades digitais iniciantes e anos sabáticos. A saber, isso acontece porque quando estão no processo de guardar dinheiro, pesquisar roteiros, buscar oportunidades profissionais, muitos tem o desenvolvimento psicológico com baixa auto estima, dificuldade de auto confiança e crenças de escassez. Bem como traumas de infância graves.
Em virtude disso, a pessoa pode voltar a ciclos emocionais viciosos ou padrões repetitivos do passado onde a angústia emocional aumenta, dificultando as interações sociais e, consequentemente, a formação de novos vínculos e crescimento profissional.
Para preencher essa solidão com solitude, faz-se necessário o autoconhecimento profundo, que a psicoterapia analítica junguiana proporciona. Ou seja, entender quem você é e seus propósitos de realização no presente e para seu futuro. Outra estratégia é pedir ajuda para amigos e familiares, comunicando a depressão e aceitando palavras de apoio e orientações em momentos mentalmente perturbadores.
Por fim, encorajar a autoexploração e o autocuidado é fundamental. Psicoterapia, meditações, diários podem ajudar os imigrantes a desenvolver uma visão mais positiva de suas novas vidas, transformando a solidão em um espaço de desenvolvimento, realização, resiliência e crescimento pessoal.
A psicoterapia como estratégia de adaptação.
A psicoterapia desempenha um papel fundamental na jornada dos emigrantes, através de sessões online, seguras e privativas para explorar problemas emocionais e desafios ao emigrar. A solidão, frustração de expectativas, mudança no relacionamento conjugal, podem se transformar em barreiras para crescimento pessoal e profissional.
Por meio da terapia, é possível construir resiliência emocional, permitindo que o indivíduo enxergue sua nova realidade com novos olhos e, mais importante, com esperança.
Durante as sessões de psicoterapia, os imigrantes podem compartilhar e processar suas emoções, em um ambiente de empatia e compreensão. Essa prática não apenas valida suas experiências, mas também ajuda a criar estratégias para problemas emocionais e conflitos.
Além disso, a terapia pode ser uma ferramenta poderosa para reinvenção de propósito. Muitas vezes, a identidade de um imigrante pode se sentir ameaçada em um novo contexto. A psicoterapia encoraja a autodescoberta e a reflexão sobre valores pessoais, possibilitando que o individuo busque novos caminhos que reflitam quem ele é em sua totalidade.
Ao integrar esses elementos, a psicoterapia não só fortalece a saúde mental dos emigrantes, mas também promove uma adaptação mais saudável e consciente, preparando-o para um futuro alinhado com as sementes plantadas hoje.
Construindo resiliência em um novo país
A resiliência é a capacidade de se recuperar e se adaptar a adversidades, uma qualidade crucial para emigrantes que enfrentam um novo ambiente cultural. Em sua jornada, esses indivíduos frequentemente encaram desafios como barreiras linguísticas e criarem sua rotina de forma agradável em uma nova cultura.
Por conseguinte, trata-se de uma construção contínua da identidade que pode ser aprimorada por meio de práticas e apoio emocional. Imigrantes que sabem lidar com solidão, e o medo de rejeição, controle podem encontrar força em sua história de vida. Por exemplo, muitos relatam encontrar um senso de pertencimento é fundamental, pois proporciona um espaço para a validação de experiências e o compartilhamento de desafios.
A resiliência emerge quando se aprende a ver além dos obstáculos e a criar novas narrativas, permitindo que cada experiência difícil se torne um passo em direção ao desenvolvimento e crescimento pessoal para adaptação bem-sucedida ao novo contexto.
Foco no propósito de vida
No processo de adaptação a um novo país, muitos imigrantes se deparam com a necessidade de redescobrir ou reinventar seu propósito de vida. As mudanças podem provocar uma sensação de deslocamento, mas também se apresenta como uma oportunidade rica para reflexões profundas sobre valores, metas e aspirações pessoais. A busca por um novo propósito pode ser um fator decisivo na saúde mental, pois traz à tona questões de identidade e pertencimento.
Redescobrir esse propósito envolve um olhar íntimo e honesto para as próprias paixões e habilidades, bem como uma avaliação crítica das experiências vividas. Para muitos, isso pode significar a integração de capacidades e virtudes.
É importante destacar que o propósito de vida está intimamente ligado à sensação de realização pessoal. Quando os imigrantes se sentem motivados e engajados em suas novas jornadas, isso não apenas melhora a saúde mental, reduzindo a ansiedade e a depressão. Portanto, a busca e a redefinição do propósito são passos essenciais para garantir um futuro mais harmonioso e satisfatório consigo mesmo, consequentemente, no novo lar.
Conclusão e caminhos a seguir
As experiências de emigração frequentemente trazem à luz uma série de desafios psicológicos. Imigrantes podem se deparar com a necessidade do autoconhecimento à medida que tentam realizar esse objetivo e sonho de vida. Muitas vezes, a auto estima e sensação de pertencimento é abalada, provocando conflitos internos. A busca por um sentido de identidade e propósito claro são essências nesse cenário.
É crucial reconhecer que, embora esses desafios sejam intensos, eles não são insuperáveis. Recomenda-se que os emigrantes priorizem o autocuidado. Conscientizar-se sobre a importância da saúde mental é um passo crucial. A aceitação do próprio processo de adaptação, com suas dificuldades e vitórias, pode ajudar os imigrantes a encontrar um novo significado e propósito em suas vidas, promovendo uma adaptação saudável e resiliente.
Em suma, navegar pelos desafios psicológicos da imigração requer compreensão e apoio. Lidar com a solidão e a saudade é crucial, assim como buscar a psicoterapia para fortalecer a resiliência. Esses elementos são fundamentais para que os imigrantes possam se adaptar e encontrar significado em sua nova realidade.
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