Sente-se perdido: como superar crise existencial?

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Sente-se perdido: como superar crise existencial? Esse é o tema para reflexão de hoje. Muitas pessoas buscam terapia online devido ao sentimento de vazio e sentirem-se perdidos em sua vida. Além disso, descrevem ter “parado de sentir” ou “tanto faz o que acontece”.

Nesse sentido, sentem-se congelados emocionalmente, com muita dificuldade de fazer atividades como exercícios físicos, cursos. Dessa forma limitam-se a sobrevivência básica procrastinando auto cuidado e objetivos traçados. 

Esse estado emocional normalmente esta associado a depressão crônica, luto, mudanças bruscas. Por exemplo: situações de traição e termino amoroso, adaptações em mudanças de país, síndrome de estrangeiro, sentimento de vazio crônico, infância ou adolescência com sentimento de não pertencimento e solidão, alta sensibilidade emocional, etc. 

Primeiramente, neste tema em questão, existe muita repressão de sentimento na historia de vida. Para ilustrar, o individuo ser obrigados a fazerem coisas que não gostavam e sentirem-se invisíveis, em relação a seus verdadeiros sentimentos. 

Situações simples, tal como aulas de piano que se detestava, ter que cumprimentar todos os parentes, brincar sozinho com ausência dos pais, lidar com promessas de pais ausentes.

Bem como situações mais graves como lidar com um pai/mãe explosivo ou alcoolizado e ter que pedir ajuda, ter que pedir dinheiro/comida para parentes, lidar com agressões físicas e psicológicas, entre outras. 

Sente-se perdido: como superar crise existencial? Gerir Perdas, Frustrações e Codependencia. 

Deste modo, com essas experiencias de frustração, toma-se inconscientemente a decisão de “desistir dos sentimentos”. Em outras palavras, ser apenas racional. De maneira idêntica, na codependencia emocional. 

Na codependencia emocional o adulto fica preso ao desejo de familiares ou pessoas importantes (por afeto ou por trauma). Deste jeito, são as casos de pessoas que não conseguem a liberdade de fazer e sem quem desejarem. Podem ter independência financeira, mas estão presos em não desagradar alguém e repetir padrões familiares adoecidos. 

Nesse padrão mental, em algum momento, a pessoa sente-se perdido, vazia, em crise existencial. Ou seja, desconectada de si mesmo e da realidade ao seu redor. Encontra-se sem forcas. Por que isso acontece?

Em vista do que já abordei, os sentimentos vão ficando guardados, silenciados. Ora a vida segue. Posteriormente, instala-se o sentimento do vazio. Algumas pessoas lidam com suas emoções em silencio. Outras tem crise de pânico, ansiedade, negatividade, procrastinação. 

A falta de conexão com a vida relaciona-se a permitir-se ter prazer e sentir-se merecedor de coisas boas. Um dos desafios da terapia em crises existenciais é o paciente desacostumar padrões mentais, emocionais, arquetípicos do negativismo, do difícil, impossível, mal humor. 

Por isso, nesses casos são bem sucedidas as terapias de base psicanalítica, junguiana por exemplo, e formatos intensivos de tratamento (mais de uma vez na semana). 

Diante disso a terapia vai abraçar a historia de vida, vínculos, arquétipos, relacionamentos buscando oportunizar o paciente reencontrar-se consigo mesmo. Juntamente com reinterpretar sua historia, ressignificar, reconstrui-la.

Sentimento de estar perdido: Burnout e fuga das emoções.

Muitos dos meus pacientes que sofrem com o sentimento do vazio e fazem terapia online tem em comum a doença do Burnout devido ao excesso de comprometimento com obrigações externas, controle, perfeccionismo. 

Em vista disso, entram em crise existencial. Normalmente o sintoma vai ser as crises de choro varias vezes por dia, incontroláveis. O medo de lidar com sentimentos fica muito palpável no Burnout. São meus pacientes que recusam atestado e acham horrível “ter tempo livre”, justamente por entrarem em contato com seus sentimentos. 

O que ocorre é o medo de ouvir os sentimentos e lidar com as perdas que a falta da conexão causou. A vida não espera a crise existencial passar. Nesse tempo pode-se perder um relacionamento conjugal que ficou sem tempo para o parceiro(a), dispensar um projeto importante por sentir-se incapaz, deparar-se com uma aparência física/saúde de anos sem cuidado. 

A crise existencial traz a oportunidade de cuidar do mundo interior. Libertar-se de memorias que fazem sofrer. E lidar com a realidade sem ilusões. Aquilo que você tanto deseja, pode não ser exatamente o que gostaria, as respostas e caminhos estão sempre dentro de nos. 

Psicoterapia Junguiana e recuperar a conexão consigo mesmo

A habilidade de escutar-se é algo essencial para ter inspiração e intuição. Como superar uma crise existencial? Como encontrar-se? E por que a abordagem junguiana como psicoterapia nesses casos?

Atendo muitos pacientes que vem da abordagem cognitiva comportamental zerados em auto conhecimento emocional. Isso acontece porque a cognitiva trabalha apenas o presente. Inclusive eu fiz aperfeiçoamento nessa abordagem para ter técnicas pontuais e protocolos específicos para alguns casos. 

A abordagem junguiana, tem como foco trabalhar as causas no inconsciente e trazer entendimento de base de historia de vida, ou seja, construir a própria historia com autenticidade e potenciais. 

A abordagem junguiana visa individuação através da conexão de nosso racional com emocional, físico e espiritual. Ou seja, estar vinculado ao passado e presente de forma harmoniosa com ancestrais, ao mesmo tempo, com identidade e sentido de vida que traga prazer. 

Só é possível viver a vida após sentir a vida. Faz-se necessário entender e interpretar perdas, imprevistos, decepções. Em psicoterapia pode-se descobrir como preencher os vazios de forma a conectar as partes interiores. 

Em uma linguagem junguiana, fazer a mandala do “descobrir-se“. Ou “redescobrir-se”, como diriam alguns pacientes. Faz parte o mapeamento da crise existencial, sonhos, pesadelos, sentir o corpo, olhar a dinâmica do sistema genealógica, enfrentar arquétipos e descobrir novos heróis interiores. 

Permita-se buscar uma psicoterapia para seu auto encontro e auto cuidado. 

Sobre a autora: Lisiane Hadlich Machado, atende online brasileiros e portugueses por todo o mundo, em abordagem junguiana e psicoterapia especializada, desde 2000.