Terapia para Homens com Trauma da Circuncisão: Sofrimento Emocional e Marcas do Abuso

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

A circuncisão deixa cicatrizes visíveis no corpo e, muitas vezes, associada a mutilações exige cuidados diários com dores e/ou desconforto presente. Assim, ocasionando traumas profundos na mente. Dessa forma, homens jovens adultos, inteligentes e sensíveis lidam com dificuldades de relacionamentos conjugais e familiar, bloqueios sexuais, vergonha do próprio corpo, crises de ansiedade ou vícios que acompanham este trauma, abuso e violação do corpo.

Em cidades como Boston, Nova York, São Francisco e Lisboa, muitos carregam esse sofrimento em silêncio, outros ja buscam ajuda de psicóloga especialista em trauma e abuso. Embora a palavra “circuncisão” seja amplamente usada e, em muitos contextos, não traga sofrimento direto, há casos em que o procedimento foi extremamente invasivo, realizado sem consentimento e com o objetivo, explícito ou velado, de diminuir o prazer sexual. Quando há remoção severa de terminações nervosas, comprometimento da sensibilidade e impacto direto na vida íntima, o que deveria ser um ato neutro passa a ser vivido como mutilação genital masculina.

E é para esses homens, que hoje convivem com sofrimento emocional, bloqueios afetivos e sintomas muitas vezes invisíveis que escrevo este artigo. Sou psicóloga especialista em sexualidade, relacionamentos e traumas emocionais. Escrevo este artigo para você que quer entender o impacto desse trauma e buscar uma terapia séria, com escuta profunda, para recuperar sua autonomia, sua saúde emocional e sua vida íntima.

Por que não me sinto normal? Efeitos psíquicos do trauma

A sensação de não ser um homem “normal” geralmente não começa no espelho, nem nas primeiras relações íntimas. Começa muito antes, no ambiente familiar. Muitos desses homens cresceram em lares marcados por rigidez, frieza afetiva e repressão moral ou religiosa. São famílias que repetem padrões de dor: adultos que também foram feridos, mutilados emocional ou fisicamente, e que transmitem essa violência como se fosse parte da criação.

Na infância, a criança se adapta para sobreviver: aprende a calar, a não demonstrar dor, a agradar. Desenvolve personas, máscaras sociais, papéis de bom filho, bom aluno, bom menino. Nesse sentido, aceita tudo para ser aceito naquele ambiente hostil ou indiferente. Entretanto, algo permanece deslocado. Na adolescência, ao viver suas primeiras experiências íntimas ou olhar para o próprio corpo com mais consciência, esse jovem descobre que houve uma mutilação que ele não escolheu. E com essa descoberta, vem a vergonha, a raiva, medo de rejeição.

Quando não é tratado, esse tipo de trauma se cristaliza: o homem aprende a fingir que está tudo bem, mas por dentro vive dividido entre culpa, confusão e medo de ser descoberto como “incompleto”. Além disso, vive-se uma instabilidade emocional, com altos e baixos, na qual as fases deprimidas podem ter diversos comportamentos autodestrutivos. Por exemplo: uso de drogas como cigarro, maconha, álcool, pensamentos suicidas, dificuldade de socialização e relacionamentos. É nesse ponto que muitos buscam ajuda psicológica especializada, cansados de sofrer sozinhos.

Vergonha, repressão e bloqueios: os efeitos silenciosos da mutilação sexual masculina

Para muitos homens circuncidados de forma invasiva, o que foi vivido no corpo se converteu, ao longo dos anos, em uma série de sintomas emocionais e físicos torturantes de associar à origem. Por exemplo, vergonha do próprio corpo, bloqueios ao prazer, dificuldade de se entregar em relações afetivas, confusão entre desejo e culpa. São manifestações comuns, acrescidas de outros conflitos de crenças por repressão sexual.

A repressão sexual, muitas vezes reforçada por discursos familiares e seitas religiosas, cria um ambiente em que o prazer é tratado como algo perigoso, sujo ou pecaminoso. Em vez de desenvolver uma relação íntima saudável consigo e com o outro, muitos desses homens constroem vínculos baseados em distância emocional ou controle. Sentem-se inadequados, insatisfeitos, ou profundamente sozinhos, mesmo quando estão acompanhados e em fases adultas já podendo decidir seu estilo de vida.

Com o tempo, isso afeta não só a vida sexual, mas também a autoestima, a autoconfiança e a capacidade de estar presente emocionalmente em qualquer relação afetiva, social ou profissional. E quanto mais o sofrimento é negado ou silenciado, mais ele se transforma em sintomas invisíveis: irritação, apatia, ansiedade, desânimo, dificuldade de relaxar ou confiar, dependências químicas e padrões emocionais, mentais de pensamentos auto destrutivos e autodepreciativos.

Vícios e isolamento afetivo: entre fugas e o desejo de contato

Muitos homens que viveram a mutilação genital desenvolvem uma relação ambígua com o mundo emocional e com o próprio corpo. Não é raro que relatem ausência de prazer, incapacidade de se masturbar, desconforto com o toque ou sensação constante de desconexão sexual. O trauma não se traduz em excesso mas em sentir-se inadequado.

Sem encontrar palavras para expressar essa dor, e sem modelos afetivos saudáveis ao redor, eles buscam formas indiretas de lidar com o vazio. Dependências químicas como álcool, maconha, uso abusivo de remédios podem funcionar como tentativas de aliviar a tensão interna ou amortecer a frustração relacional. Ao mesmo tempo, há uma evitação afetiva, marcada por isolamento, crises silenciosas e retração social.

Apesar disso, muitos desses homens desejam intimidade verdadeira. Bem como desejam contato e confiar. Mas sofrem com pensamentos intrusivos e autodepreciativos que os faz sentir que não pertencem, que são diferentes, que algo neles não funciona. Dessa forma, a luta interna entre o impulso de se esconder e o desejo de se vincular é um dos grandes dilemas não verbalizados desses pacientes. Também um dos pontos centrais a serem trabalhados em terapia.

Desafios de Cuidar de si mesmo: pensamentos intrusivos, ataques de pânico e relacionamentos sexuais

Cuidar de si mesmo é um processo de consciência que leva a busca de um profissional psicólogo (Psychoanalysis Humanistic). Nesse sentido, não basta ter liberdade, sucesso ou independência se, por dentro, a mente está tomada por pensamentos de autossabotagem, autocritica, vergonha ou culpa. Sem paz mental, nenhuma conquista externa preenche. E homens inteligentes, sensíveis e conscientes sabem disso: antes de melhorar seus relacionamentos com os outros, é preciso cuidar do próprio mundo interno.

Homens que vivem nos Estados Unidos, em cidades como Chicago, Los Angeles, Seattle ou Austin, muitas vezes convivem com esse tipo de sofrimento em silêncio. Em contextos profissionais exigentes, como tecnologia, saúde, direito ou ciência, se veem obrigados a seguir em frente, mesmo quando por dentro estão fragmentados. Ademais, essa pressão interna mental e emocional vivenciada por vítimas de mutilação genital, assim como aqueles que sofreram abuso sexual ou violência emocional na infância, convivem com pensamentos intrusivos, episódios de pânico, ansiedade intensa, e em alguns casos, depressão com ideação suicida. São sintomas graves, porém silenciosos, muitas vezes racionalizados ou negados por anos.

Ao contrário de abordagens comportamentais que muitas vezes não acolhe os sintomas profundamente, a psicoterapia de abordagem junguiana oferece um espaço de acolhimento e psicoterapia profunda. Permite olhar com maturidade para a criança ferida, integrar a dor, e reconstruir uma nova relação consigo mesmo com mais verdade, autonomia e presença. E quando buscam terapia, prezo pela escuta humanista: um espaço profissional, humano e sigiloso para reorganizar sua vida emocional, sem medo de preconceitos.

Reconstruir crenças do trauma: prazer, intimidade e o direito de viver bem

Crescer em ambientes repressivos, onde o prazer era visto como pecado e a sexualidade cercada de medo carregam crenças distorcidas sobre si mesmo e o próprio corpo. “Sentir é perigoso”, “prazer é errado”, “meu corpo é defeituoso” são exemplos de pensamentos que moldam a forma como se relacionam com os outros. Em silêncio, muitos se perguntam: por que não consigo relaxar ou ter prazer? São perguntas legítimas e que merecem respostas sensíveis.

Essas crenças disfuncionais, enraizadas desde a infância, criam bloqueios afetivos e sexuais que impactam a autoestima. Bem como a confiança e a capacidade de viver intimidade de maneira autêntica. Além disso, homens gays que crescem em uma família heterossexual repressiva ou em contextos religiosos que consideram “ser gay” um pecado tornar-se uma crença de identidade distorcida. Para ilustrar: “Sou errado por natureza.” Não mereço amor porque sou diferente.” “Minha existência é uma vergonha para minha família. Sentir desejo é motivo de castigo ou rejeição.”

Essas crenças centrais geralmente não são conscientes, mas moldam o comportamento, o afeto e a forma como a pessoa se vê e se relaciona. Em termos psicológicos, envolvem culpa, vergonha, castração emocional e autoaversão, muitas vezes reforçados pela necessidade de se adaptar à norma para sobreviver emocionalmente. Por isso, a terapia junguiana convida esses homens a revisarem, com profundidade e acolhimento, as narrativas que herdaram. Assim, integrar a dor e abrir espaço para uma vivência mais madura e consciente do prazer, da sexualidade e da própria identidade emocional.

É nessa travessia que muitos desses homens, enfim, se autorizam a viver com mais inteireza, de boa e paz. Em outras palavras, chama-se integrar a realidade emocional: desejos existem, memórias persistem e o corpo cobra presença.

Terapia para trauma de mutilação genital: do isolamento para novas conexões.

Muitos homens que sofreram mutilação genital carregam medos profundos relacionados à intimidade. Mesmo quando desejam estar em um relacionamento, sentem-se presos em defesas emocionais como se a vergonha ou a insegurança falassem mais alto do que o desejo real de conexão.

A psicoterapia adequada para traumas tão íntimos permite resgatar a confiança na própria capacidade de se vincular. Por meio de um processo respeitoso e profundo, é possível elaborar sentimentos de inadequação e construir relações mais autênticas, com menos medo e mais presença emocional. Em décadas de experiencia clinica na psicologia e psicanalise, utilizo psicologia analítica junguiana e técnicas complementares para orientar o dia a dia da pessoa. Isso inclui o trabalho com sonhos, narrativas pessoais e memórias corporais, além de práticas pontuais de mindfulness e respiração consciente para lidar com crises de pânico ou ansiedade intensa.

Diferente de abordagens rígidas, aqui o foco está em integrar as partes rejeitadas do self e construir um novo sentido de identidade. Dessa forma, reconstruir vínculos saudáveis começa com a relação consigo mesmo. Quando o homem recupera o direito ao prazer e à expressão emocional, ele se torna mais livre para amar, confiar e ser ele mesmo em seus relacionamentos. Não se trata de perfeição, mas de verdade emocional.

Conclusão: transformar a dor e ampliar sentidos: Reconstruir-se.

Se você se reconheceu nesse texto, saiba que não está sozinho e que sua dor tem legitimidade. A circuncisão, quando vivida como trauma, não é apenas uma questão física: ela deixa cicatrizes físicas e mentais que impactam a sexualidade, a identidade e os relacionamentos. Assim, buscar terapia é permitir-se reconstruir sua história a partir de um lugar mais consciente, maduro e respeitoso com sua dor. Ademais interromper o ciclo de vergonha e isolamento que vem sendo repetido há anos.

Se você deseja iniciar esse processo com profundidade, sigilo e um olhar especializado em traumas e abusos, entre em contato para iniciar sua psicoterapia online, no Brasil ou exterior. Agende sua sessão aqui e comece a transformação que sua história merece viver.



Don`t copy text!