Infidelidade: implicações emocionais e efeitos nos relacionamentos

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Você já se perguntou quais são as reais implicações emocionais da infidelidade? Como essa experiência impacta não apenas o relacionamento, mas também a saúde emocional de quem trai e de quem é traído? E, sobretudo, como é possível encontrar caminhos para reconstrução e crescimento a partir dessa ferida?

Com mais de 26 anos de experiência clínica, sou psicóloga e psicanalista especializada em terapia de casais, infidelidade e relacionamentos. Atendo exclusivamente por psicoterapia online, com foco em brasileiros e portugueses de alta performance residentes em Bruxelas, Mônaco, Suíça, Suécia, Noruega, entre outros. Minha prática alia atualizações clinicas, sensibilidade para traumas e abordagens da psicologia que promovem transformação emocional profunda.

Neste artigo, apresento uma análise clínica da infidelidade, explorando suas raízes emocionais, os padrões inconscientes que a sustentam e os efeitos que provoca nos vínculos afetivos. Também destaco a importância da psicoterapia como espaço seguro para compreender, enfrentar e superar os impactos desse fenômeno, restaurando a autenticidade emocional e a qualidade das relações.

O que implica a infidelidade: raízes da traição

A vida conjugal apresenta desafios que exigem comunicação clara, transparência emocional e empatia para serem superados. Quando esses elementos falham, é devido vulnerabilidades psicológicas em homens e mulheres, sobretudo em fases críticas do relacionamento, como a transição da paixão para a rotina, a chegada dos filhos ou crises pessoais. A falta de diálogo verdadeiro faz com que sentimentos de carência, insegurança e frustração permaneçam ocultos, abrindo espaço para a infidelidade.

Essas raízes da traição frequentemente se originam em padrões familiares e culturais. Em sociedades marcadas pelo machismo, por exemplo, a chamada “síndrome do conquistador” ou “don juan” legitima comportamentos infiéis como expressão de poder e status, naturalizando a desonestidade emocional. Além disso, a tendência à dupla personalidade e o uso frequente da mentira são estratégias que homens e mulheres adotam para lidar com conflitos internos não resolvidos.

Além disso, vulnerabilidades psicológicas, como baixa autoestima e carência afetiva, comprometem a capacidade de evoluir e crescer o relacionamento já consolidado. Esses padrões emocionais negativos associados a não se comunicar com o parceiro ou frustração no relacionamento levam homens e mulheres a buscar fora reconhecimento, elogios, jogos de sedução. Assim, muitas vezes, entrando em armadilhas de relacionamentos abusivos. 

Conjuntamente, estudos em psicologia do desenvolvimento e apego indicam que essas dinâmicas emocionais estão associadas a padrões aprendidos desde a infância. Por isso, compreender essas raízes é fundamental para interromper ciclos de traição e reconstruir relações com maior autenticidade e equilíbrio.

 

Padrões emocionais da infidelidade

Vamos avaliar se você ou seu parceiro(a) apresentam sinais de infidelidade crônica. Entre os sintomas comuns estão carência e insegurança pessoal ou no relacionamento, misturar trabalho com vida pessoal, esconder dificuldades do parceiro, vício em pornografia e o prazer do ego em se sentir desejado. Também aparecem a ausência de diálogo transparente, mentiras frequentes e dificuldade em interromper ciclos de fantasia. 

Além disso, mudanças comportamentais podem indicar traição, como mexer excessivamente no celular, apagar mensagens, passar muito tempo fora de casa e apresentar irritabilidade sem explicação clara. Igualmente, o elemento do proibido pode gerar impulsividade e alimentar o ciclo da infidelidade, que hoje se expressa também pela traição online.

Por sua vez, a mentira, muitas vezes usada para evitar conflitos, é um mecanismo de manipulação e controle que perpetua essas dinâmicas disfuncionais nos vínculos afetivos. Por exemplo, excesso de ciúmes e controle, na maioria das vezes fala da conduta de quem desconfia. Entretanto, pode passar despercebido pelo foco das brigas ou discussões estarem escondendo seus verdadeiros atos, dificultando a comunicação verdadeira e aprofundando o distanciamento no relacionamento.

Além do ciúme projetivo, outros padrões se repetem entre homens e mulheres que traem. Por exemplo, a busca por confirmação externa, o medo de envelhecer, o tédio crônico e a dificuldade de sustentar vínculos profundos. Identificar esses mecanismos, com apoio profissional, é o primeiro passo para romper ciclos destrutivos e escolher relações mais coerentes com o próprio desejo.

Infidelidade e dissociação: por que algumas pessoas vivem em duplicidade?

Algumas pessoas parecem viver duas realidades afetivas ao mesmo tempo. De um lado, mantêm vínculos monogâmicos. De outro, alimentam relações paralelas, fantasias e impulsos que contrariam os próprios valores. Essa duplicidade emocional pode ser um sinal claro de dissociação psíquica. Em outras palavras,  surgem mascaras ou como Jung aborda, as personas: adaptações que tentam manter a imagem social, mesmo que à custa do sofrimento de todos os envolvidos. 

Estudos contemporâneos sobre relacionamentos afetivos mostram que manter uma vida paralela, alimentar fantasias secretas ou trair valores assumidos não está ligada apenas ao desejo ou à insatisfação conjugal. Frequentemente, essa conduta expressa um nível de infantilidade psíquica: a dificuldade de sustentar escolhas conscientes e lidar com as frustrações inevitáveis da intimidade.

Nesse sentido, para viver relações duradouras e saudáveis, é necessário desenvolver uma identidade emocional coerente. A psicanalise lembra que a liberdade verdadeira nasce da lucidez e do compromisso com o que tem valor, não indulgência. Ser integro significa colocar-se no lugar do outro e não fazer aos outros o que não gostaria para si mesmo. Entretanto, em tempos de vínculos frágeis e trocas utilitárias, escolher a integridade relacional é um ato de maturidade: é abrir mão das máscaras e sustentar o que se constrói com responsabilidade.

A busca pelo amor disfuncional

Relacionamentos com pessoas narcisistas ou com traços psicopáticos costumam ser intensos, mas desequilibrados. Inicialmente encantadores, esses vínculos muitas vezes ocultam manipulação, controle emocional e dinâmicas abusivas. A vítima se vê envolvida em uma teia de idealizações e pequenas violências normalizadas, perdendo aos poucos sua autonomia e clareza.

Por trás da insistência em manter esse tipo de vínculo, há quase sempre uma dependência emocional profunda. O medo de abandono, o desejo de ser validado ou a esperança de transformação do outro sustentam relações que já se tornaram insalubres. A repetição desse padrão pode vir de vivências infantis em que o amor foi condicionado, instável ou ausente. Assim, o que torna o afeto disfuncional mais familiar do que saudável.

A maioria só percebe o engano afetivo no fim da relação, muitas vezes após um término doloroso ou um divórcio marcado por perdas financeiras e sensação de injustiça. A psicoterapia auxilia no tratamento da dependência emocional, na redução da ansiedade e no fortalecimento da identidade, permitindo reconstruir-se após a infidelidade, términos ou recomeços. É nesse processo que a pessoa aprende, enfim, a não precisar ser salva e a não se perder novamente por amor.

Infidelidade e adoecimento: psicoterapia para voltar a si mesmo

A infidelidade, em muitos casos, pode ser expressão de um desequilíbrio psíquico profundo. Estudos como o de Pittman (1989) sugerem que casos de traição reincidente podem estar associados a distúrbios afetivos e transtornos de personalidade, indicando a necessidade de tratamento psicológico. Tanto quem trai quanto quem foi traído sofre com os impactos psíquicos desse rompimento de confiança como ansiedade, culpa, depressão e perda de identidade são sintomas comuns.

A psicanálise junguiana ajuda a compreender o conflito entre persona e sombra, revelando desejos inconscientes não elaborados que atuam por trás da duplicidade emocional. Já a terapia da compaixão contribui para resgatar o vínculo interno com a própria humanidade, favorecendo a autorresponsabilidade e capacidade de se vincular com verdade.

Pessoas traídas muitas vezes vivem em estado de choque, especialmente quando o relacionamento era aparentemente estável. Em casos de separações traumáticas, com disputas judiciais ou manipulações, a psicoterapia se torna essencial para lidar com crises de ansiedade. O processo terapêutico ajuda a elaborar a dor e tratar a dependência afetiva para que o ciclo de sofrimento não se repita.

Mais do que superar uma crise, é preciso reaprender a estar consigo mesmo sem medo da solidão. Relações maduras nascem da autenticidade e não da carência. A psicoterapia oferece esse caminho de retorno à própria verdade, uma jornada interior para reconstruir a confiança, redefinir valores e escolher vínculos mais conscientes.

 

Psicoterapia para mudar padrões: histórias de quem escolheu mudar

Ana (nome fictício) viveu mais de 20 anos em um casamento de aparências. Seu marido, traía-a repetidamente. A dor tornou-se insuportável quando seu único filho descobriu a traição e, dias depois, cometeu suicídio. Ao ler a carta de despedida, Ana enfrentou a devastação da perda e a traição simultaneamente. Buscou a psicoterapia para lidar com o luto e encontrar forças para o divórcio. Com o acompanhamento, decidiu recomeçar a vida em outro país, cuidando de si mesma e engajando-se em projetos sociais de prevenção ao suicídio.

Fernanda (nome fictício) estava grávida de quatro meses de um filho planejado por fertilização quando o marido pediu divórcio, alegando ter se apaixonado por outra mulher. Ela recorreu à terapia para processar a dor e conduzir o divórcio de forma saudável, pensando no bem-estar do bebê. Com o tempo, quando o ex tentou reatar, Fernanda celebrou sua consciência emocional e amor-próprio conquistados. Priorizou o parceiro que estava ao seu lado, uma relação sólida e respeitosa, colocando um ponto final no ex. 

Jeferson (nome fictício) enfrentava um vício em garotas de programa que abalava seu casamento. Ele procurou a terapia para tratar o vício, pedir perdão à esposa e reconstruir sua vida com quem realmente amava. Seguindo protocolos psicoterapêuticos, Jeferson identificou padrões emocionais disfuncionais que alimentavam o vício. Com o desenvolvimento emocional, reconquistou a confiança da esposa, refizeram os votos e mantêm a terapia contínua para preservar sua qualidade de vida emocional.

Conclusão: Psicoterapia para construir integridade. 

Espero que este artigo tenha trazido esclarecimento a você. Se você está enfrentando as dores emocionais causadas pela infidelidade, saiba que é possível reconstruir sua confiança e desenvolver novas formas de viver o amor de maneira mais saudável e consciente.

Com ampla experiência internacional, a psicoterapia online atende pacientes no Brasil, Estados Unidos, incluindo Miami, Nova York, Los Angeles, São Francisco, Houston e Califórnia, entre outros países, promovendo desenvolvimento emocional e relações autênticas.

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