Maternidade e Equilíbrio: como a psicoterapia pode auxiliar

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

“Por que não consigo ser meu melhor como mãe?” Essa pergunta surge em momentos de frustração na maternidade, mesmo quando há amor, presença e dedicação. O desmame que não aconteceu como planejado. A viagem em família que nunca saiu do papel. A rotina pesada, cheia de afazeres e dúvidas sobre o que está dando certo. Muitas mulheres tentam conciliar tudo e, ainda assim, sentem que falham em algo essencial.

Com 26 anos de experiência clínica, atuo em psicoterapia online com mulheres, homens e casais no Brasil e no exterior incluindo cidades como Florianópolis, Curitiba, Cuiabá, Milão, Genebra e Barcelona. Ao longo desse caminho, escutei histórias profundas de mães que amam seus filhos, mas percebem que perderam o centro da própria vida. Mulheres que desejam cuidar sem se anular, sustentar vínculos com presença e limites, reinventar a maternidade indo além de sua criação.

Neste artigo, proponho uma reflexão sensível e concreta sobre as frustrações que surgem na maternidade moderna. Vou abordar arquétipos, influência da história familiar, a pressão dos papéis múltiplos e o impacto do silêncio emocional. Além de como a psicoterapia auxilia a reconhecer os pontos de insatisfação e encontrar insights para viver sua maternidade com mais equilíbrio e autenticidade.

As Múltiplas Expectativas da Maternidade Contemporânea

“Eu não consigo colocar em pratica o que planejei para meus filhos, me sinto frustrada.” Esse tipo de pensamento é comum entre mulheres que se dedicam aos filhos com responsabilidade e afeto, mas que, mesmo assim, vivem um desconforto interno. São mães presentes, conscientes da importância do vínculo, mas que carregam um sentimento vago de insuficiência. O motivo nem sempre é claro: pode ser o desmame que não aconteceu como desejado, a volta ao trabalho com culpa ou o simples fato de não conseguir viver tudo o que planejaram.

A maternidade contemporânea ampliou as possibilidades, mas também os dilemas. A mulher atual não está presa ao papel doméstico, mas isso não significou liberdade plena. Pelo contrário, somaram-se papéis como filha, esposa, profissional, cuidadora que exigem energia, equilíbrio e, acima de tudo, uma clareza de si. Muitas mulheres que atendo dizem não saber mais quem são fora da maternidade. Sentem saudade de si mesmas, mas não conseguem explicar o que aconteceu.

Como disse Carl Jung, “o que negas te submete; o que aceitas te transforma”. O primeiro passo para lidar com essa sensação é reconhecer que a tentativa de dar conta de tudo pode esconder uma dor antiga: a de não ter recebido esse cuidado na infância ou de ter crescido recebendo “tudo” embora entre expectativas. A psicoterapia se torna, então, um espaço para resgatar a mulher por trás da mãe e descobrir formas mais saudáveis e sustentáveis de viver seus papéis.

História Familiar e Repetição: Onde Me Perdi de Mim?

Muitas mulheres que buscam psicoterapia relatam a sensação de estarem revivendo, sem perceber, padrões emocionais que vêm de gerações anteriores. Mesmo quando foram criadas por babás, tias ou mães ausentes, algumas se veem agora fazendo o oposto: dedicando-se intensamente aos filhos, tentando preencher uma ausência antiga. Outras repetem, com sofrimento, a mesma dificuldade que criticavam nas figuras maternas como a falta de limites, o excesso de controle ou o distanciamento afetivo.

Segundo um estudo publicado na Journal of Family Psychology (2003), a transmissão transgeracional de padrões parentais pode ocorrer mesmo sem intenção consciente, influenciando o estilo de cuidado materno por meio de identificações inconscientes. A psicologia sistêmica, especialmente através dos genogramas familiares, permite visualizar essas repetições e trazê-las à consciência. O que antes parecia um traço da personalidade pode revelar-se como uma lealdade invisível a vivências não resolvidas.

Esse processo de reconhecimento é delicado, mas libertador. Quando a paciente percebe que está tentando ser a mãe que não teve ou está presa à expectativa de ser perfeita, abre-se espaço para escolhas mais autênticas. Não se trata de abandonar seus filhos, mas de incluir-se na equação do cuidado. Porque toda mulher que se perde de si, mesmo amando profundamente, acaba sentindo que algo essencial ficou pelo caminho.

Arquétipos Maternidade e a Sombra da Autoexigência

Por trás da sobrecarga emocional de muitas mães está um ideal interno difícil de sustentar. Arquétipos como o da “mãe sacrificadora” ou da “mãe sempre presente” habitam o imaginário coletivo e se infiltram na vida cotidiana, criando pressões inconscientes. Esses modelos arquetípicos, segundo a psicologia junguiana, representam forças simbólicas que influenciam o comportamento humano. Quando incorporados de forma rígida, sem reflexão, esses ideais geram sofrimento.

A mulher que tenta encarnar o arquétipo da mãe perfeita costuma reprimir suas próprias necessidades e proposito de vida. Evita pedir ajuda, sente culpa ao descansar, recusa o erro como parte do processo. Essa exigência constante forma o que chamamos de sombra: o lado rejeitado da personalidade que, ignorado, se expressa através de sintomas físicos, irritabilidade, isolamento ou crises silenciosas. O desejo da perfeição torna-se uma prisão simbólica.

É preciso coragem para olhar com honestidade para as próprias dores, frustrações e cansaços. Como escreveu Clarissa Pinkola Estés, “a mãe selvagem não quer que sejamos perfeitas; ela quer que sejamos reais.” Abrir espaço para a mulher real com limites, desejos e contradições é um passo essencial para viver a maternidade de forma mais leve e íntegra. Nessa jornada, o autoconhecimento não é um luxo: é uma forma de respirar.

Entre o Cuidado e o Silêncio: A Maternidade que Ninguém Vê

Há mulheres que exercem a maternidade com tanto zelo que ninguém imagina o quanto elas sentem falta de cuidado. Ademais, nem elas percebem. Estão sempre disponíveis, organizam a rotina da casa, acolhem as emoções dos filhos e, no entanto, enfrentam uma irritação, ausência interna que fala de carência, solidão e frustracao. Não é fácil nomear esses sentimentos. Nesse sentido aparecem em pequenos insights: uma memoria da infância, uma promessa de como ser mãe, conflitos entre o jeito de ser e a meta, imperfeições da vida real.

A psicologia de casal e familiar, especialmente nos estudos de Virginia Satir, descreve como padrões familiares são repetidos inconscientemente, inclusive no modo como mães aceitam ou se submetem a rotinas sobrecarregadas ou falta de apoio de seu parceiro na casa e na família. Assim, muitas vezes, a carência emocional da mulher não é só atual. Também é antiga, herdada, e se perpetua através da passividade ou da necessidade de aprovação. Quanto mais ela tenta ir por caminhos diferentes de sua autenticidade e aceita “resolver tudo”, mais se distancia de suas necessidades emocionais reais.

Dessa forma, permitir-se olhar para essa parte carente não significa fragilidade, mas força simbólica. É ali, nesse encontro honesto consigo mesma, que começa o resgate da mulher por trás da mãe. Compreender as próprias carências é um passo essencial para não transferi-las aos filhos ou ao parceiro, e para construir vínculos mais maduros, com menos cobrança e mais leveza.

Sobrecarga materna: conflitos e solidão que pesam no conjugal

Mesmo entre casais que se amam e planejaram com carinho a chegada dos filhos, a parentalidade traz desafios inesperados. As diferenças na forma como cada um foi criado, modelos distintos de afeto, disciplina ou organização começam a aparecer nas pequenas decisões do dia a dia. E, sem um espaço real de escuta e negociação, essas diferenças podem gerar mágoas, críticas e silêncios desconfortáveis. Muitas mulheres, para evitar conflitos, preferem assumir mais responsabilidades do que enfrentar a tensão de uma conversa difícil.

Quando a divisão das tarefas não é equilibrada, a sobrecarga materna deixa de ser apenas física. Ou seja, torna-se emocional. A mulher sente que precisa dar conta de tudo: filhos, casa, trabalho, decisões. E ainda enfrentar julgamentos sobre sua forma de educar, alimentar ou conduzir a rotina. Essas críticas, mesmo sutis, doem mais quando partem de alguém que ela ama e com quem idealizou um projeto de vida familiar.

Em muitos casos, a mulher não reclama. Tolera, ajusta, tenta mais um pouco. Mas internamente começa a se afastar. A conexão afetiva, que exige presença, confiança e admiração, começa a se enfraquecer. E, com isso, o casal corre o risco de viver junto, mas em mundos emocionais separados. Reequilibrar essa dinâmica exige não apenas divisão de tarefas, mas abertura para rever crenças, respeitar os valores do outro e reconstruir juntos uma forma de educar e viver em família.

Psicoterapia para reencontrar equilíbrio na maternidade

Ser mãe em um mundo acelerado, onde tantas cobranças e comparações se impõem, exige mais do que força: exige consciência. O equilíbrio entre presença afetiva, limites saudáveis e cuidado pessoal não nasce do instinto. Entretanto é construído com autoconhecimento, apoio qualificado e escuta real. Não se trata de ser perfeita, mas de sustentar escolhas mais alinhadas ao que realmente importa.

Em meio à rotina exigente, a psicoterapia online oferece um espaço estável para elaborar escolhas, revisar padrões familiares e sustentar vínculos sem se perder de si. Não é sobre dar conta de tudo, mas sobre encontrar um ritmo mais humano, lúcido e compatível com a própria verdade.

A abordagem junguiana, aliada à psicologia sistêmica e à clínica com casais online, permite compreender as camadas mais sutis da maternidade. Lealdades familiares, expectativas, conflitos de criação e com parceiro, sobrecarga emocional são acolhidos com seriedade e técnica, promovendo autoconhecimento e clareza.

Conclusão:

Encontrar equilíbrio na maternidade não significa atender a todas as expectativas mas sim escutar com mais profundidade o que realmente faz sentido para você. Há momentos em que o excesso de papéis e exigências desconecta a mulher de sua própria história. Quando isso acontece, não é sinal de fracasso, mas um convite à reconstrução consciente do que se deseja sustentar.

A psicoterapia online, para diversos países, em idioma português, pode ser um ponto de apoio real nesse processo. Com técnica, sensibilidade e escuta qualificada, é possível reorganizar emoções, rever padrões e cultivar uma maternidade mais lúcida, respeitosa e compatível com sua verdade. Um espaço onde o cuidado com o outro não precise mais excluir o cuidado consigo.

Se você reconhece que tem cuidado de todos, mas deixou de se ouvir ao longo do caminho, a psicoterapia pode ser uma forma para recuperar sua autonomia emocional. Com método adequado e experiente em psicoterapia online, deixo o convite para permitir-se esse cuidado com profundidade. Agende aqui sua consulta e vamos rumo ao seu autoconhecimento para maior equilíbrio nos desafios dos papeis do feminino.






Don`t copy text!