O tema psicanalítico para reflexão hoje, aborda Hikikomori: a dor do fracasso: como reverter? Sendo psicóloga online de muitos brasileiros na asia bem como seus descendentes no Brasil, Nikkei, muitas terapias online tem esse tema que envolve isolamento, fobia social, depressão com ideação suicida.
Além disso, o sofrimento na cultura japonesa, associado a experiencias traumáticas na infância, devido a cultura da “perfeição“, “honra“, “não ser fraco”, “nunca demonstrar fraqueza”. Nesse sentido, uma forca cultural é o sekentei.
Ou seja, para ter a admiração da família, precisa-se construir uma reputação que impressione os outros. Isso gera muitos desafios, julgamentos, autocobranças, a começar pela qualidade do dialogo familiar. Como muitas regras são impostas, os jovens não tem um espaço para adaptarem-se e lidar com suas vulnerabilidades.
Situações mal interpretadas: bullying, assedio sexual, notas baixas, dificuldades de adaptação em imigração ou solidão, dificuldades sociais que tornam difíceis concretizar objetivos geram um acumulo de frustração que levam ao isolamento extremo e falta de sentido em viver.
Assim, muitos jovens, desde a infância, sentem-se decepcionando seus pais e a sociedade, construindo uma auto imagem de “fracasso”. Por consequência dos pensamentos disfuncionais e auto imagem negativa, nutrindo ideações suicidas, na interpretação disfuncional “livrar-se do problema”.
Desse modo, ocorrem as depressões graves, procrastinação, isolamento social, dificuldade de sentir e expressar emoções, falta de auto confiança, não elaboração de perdas e lutos somatizando doenças, dificuldades conjugais e sexuais devido trauma de desamparo psíquico.
Agora, pensando em qualidade de vida e evolução pessoal, como reverter?
Hikikomori: trauma de rejeição e desamparo psíquico
Você sofre com procrastinação e pensamentos automáticos, por exemplo: “estão falando de mim”, “eu não devia existir”, “sem mim o mundo seria melhor”, “não consigo agradar”, “estraguei a vida dos meus pais”, “sou uma vergonha”, entre outros igualmente depreciativos?
Nesse caso, envolvem traumas de culpa e/ou rejeição, muitas vezes em situações interpretadas em desamparo psíquico. Exemplos: separação dos pais, migração dos pais e ir morar com outros parentes, experiencia de imigrantes (adaptação, idioma, cultura).
Em outras palavras, o trauma da rejeição, envolvem situações de desamparo familiar. Em parte da cultura japonesa existe uma frieza em relação aos sentimentos. Dessa maneira, é comum as crianças participarem de tudo: crises financeiras, crises conjugais, desprezo em relação a sentimentos de vergonha e medo.
Um exemplo nesse sentido são os traumas da violência sexual. A questão do “consentimento”, “casamentos arranjados”, voyeurismo produz estresse pós traumático e ansiedade generalizada. Na cultura de repressão dos sentimentos e culpar a vítima, as cicatrizes aumentam por toda a vida.
Além disso, as imigrações trazem as diferenças culturais e de idioma, ter que compreender o cenário de uma nova realidade, novos relacionamentos, o que pode gerar tristeza e falta de respostas.
Hikikomori: a dor do fracasso: como reverter a vergonha?
Sob o mesmo ponto de vista, surge uma urgência de buscar tratamento psicológico ou psicoterapia, para resgatar a identidade, cuidar dos traumas e descobrir potenciais para sair da zona de impotência, fracasso e procrastinação.
Em psicoterapia junguiana aborda-se muito o (re)descobrir de si mesmo, da família, da vida. Primeiramente, reverter o isolamento e a vergonha passa por elaborar seus sentimentos.
Portanto, o caminho para fazer as pazes consigo mesmo, com a vida e relacionamentos passam por examinar a fundo a história de vida, sistema familiar, desmistificar estereótipos, abraçar a vulnerabilidade emocional.
O isolamento e fobias possuem muitas memorias e sentimentos mal resolvidos. Buscar ajuda é sair da negação e da culpa, o primeiro passo para libertar-se de padrões emocionais negativos. Ao ignorar o passado entra-se na continua repetição do mesmo.
Ao escolher buscar ajuda especializada para evoluir e crescer, pode-se encontrar novos horizontes, sua humanidade com conexões verdadeiras. A começar por você mesmo.
Referencias bibliográficas complementares: Miller, Alice. The drama of the gfted Child, 1981. Winnicott, 1989.