Terapia Familiar: Como Mudar Padrões que Sabotam os Vínculos

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Muitas famílias iniciam sua trajetória por diferentes motivos, mas enfrentam dificuldade para lidar com as diferenças, sustentar acordos e construir um diálogo transparente e respeitoso. Quando não há recursos psíquicos para reorganizar a convivência, os vínculos podem se romper ou gerar sofrimento emocional nos membros. Nesses casos, a terapia familiar se torna um recurso fundamental para favorecer o bem-estar e a continuidade possível das relações.

Com mais de duas décadas de atuação como psicóloga e psicanalista online, atendo famílias, casais, homens e mulheres no Brasil, Portugal, Estados Unidos e outros países onde adultos em fases distintas da vida buscam desenvolver seus relacionamentos com consciência. A terapia familiar oferece um espaço técnico e seguro para esse processo.

Sendo assim, neste artigo, abordo os principais fatores que limitam o crescimento dentro da estrutura familiar, as repetições que se perpetuam sem elaboração e como a psicoterapia pode contribuir para reposicionar papéis, treinar a comunicação, rever acordos e sustentar relações com mais responsabilidade emocional.

Padrão de distanciamento afetivo

Muitas pessoas não demonstram afeto porque nunca receberam. Em diferentes contextos culturais, como Portugal, parte da Europa e famílias do interior do Brasil, o sustento ocupava o lugar do carinho. Demonstrar sentimentos, escutar fragilidades ou valorizar a presença emocional não fazia parte do repertório disponível.

Na clínica, observo muitos casais que entram em crise devido sustentar a convivência com base em função, e não em vínculo ou conexão. Um dos parceiros concentra as responsabilidades práticas e afetivas. O outro evita envolvimento e não reconhece a sobrecarga emocional do sistema. Nesse sentido automático e disfuncional, cada um repete aquilo que aprendeu como forma de relacionar-se.

Aaron Beck (1995) explica que os traumas cognitivos formados na infância moldam a forma como os adultos interpretam o comportamento do outro. Quando há associação entre afeto e ameaça, o distanciamento se transforma em defesa. A terapia familiar oferece um espaço para identificar essas estruturas e rever os modos de funcionamento herdados. É nesse contexto que se insere a proposta de Terapia Familiar: Como Mudar Padrões que Sabotam os Vínculos” para que o afeto possa existir sem medo, sem idealização e sem fuga.

Terapia Familiar: Padrão da infidelidade

A infidelidade nem sempre está ligada à insatisfação momentânea. Em muitos casos, representa um padrão emocional repetitivo, iniciado em comportamentos superficiais e promíscuos ainda na juventude. Em contextos onde o respeito não foi valorizado, ou em famílias que desprezam o vínculo emocional como parte do desenvolvimento humano, a traição se torna um comportamento esperado, aceito ou banalizado.

Culturas marcadas pela permissividade afetiva ou pela ideia de que desejo e compromisso não coexistem reforçam esse padrão. Jovens que cresceram em ambientes promíscuos ou distantes emocionalmente aprendem que romper acordos não exige elaboração. Em muitos casos, a traição surge como forma de fuga, impulsividade inconsequente ou resposta inconsciente ao medo de intimidade. Não se trata apenas de escolha moral, mas de estrutura psíquica.

Na prática clínica, observo que a infidelidade costuma aparecer quando a relação perde vitalidade, seja após o nascimento dos filhos, seja pela ausência de espaço conjugal real. A triangulação, descrita por Minuchin, revela a entrada de um terceiro elemento onde o vínculo já não sustenta o encontro. Na psicanalise junguiana, arquétipos e crenças disfuncionais como “relacionamento é prisão” ou “ninguém permanece fiel” reforçam esse ciclo.

Assim, a psicoterapia contribui para sair do ponto cego, entender o que sustenta esse tipo de dinâmica e construir formas de afeto que priorizem verdade, transparência e colocar-se no lugar do outro. 

Padrão patriarcal e controle financeiro

Em algumas famílias, o poder econômico define a dinâmica da relação. O parceiro que sustenta financeiramente assume o controle das decisões e espera obediência em troca de proteção material. Dessa forma, nesse modelo, o afeto perde função. O vínculo se organiza a partir da autoridade e não do reconhecimento mútuo.

Essa estrutura reforça relações hierárquicas, marcadas por dependência emocional e ausência de reciprocidade. A mulher se vê limitada em sua autonomia, e o homem confunde domínio com presença. Muitas vezes, esse comportamento está associado a traços narcisistas, com baixa tolerância à frustração e necessidade de validação constante. Quando o afeto não circula, surgem reações compensatórias, como compulsão sexual, cobranças excessivas ou tentativas de humilhar o outro.

A psicoterapia online individual, de casal ou familiar oferecem um espaço técnico para observar essas dinâmicas com clareza. Além disso, o trabalho clínico busca compreender o que sustenta esse tipo de funcionamento. Reconhecer padrões de controle e dependência é um passo necessário para transformar vínculos baseados em hierarquia em relações mais conscientes e leves. 

Padrão de rigidez e compulsão compensatória

Algumas famílias funcionam dentro de uma lógica de controle. Um dos parceiros assume a responsabilidade de manter tudo em ordem: a casa, a rotina, os comportamentos do outro. Esse excesso de organização geralmente reflete ansiedade, rigidez psíquica e dificuldade em lidar com o imprevisto. O outro, por sua vez, se afasta. Evita confronto e busca refúgio em comportamentos automáticos, muitas vezes compulsivos.

Em muitos casos, o controle se manifesta em gestos cotidianos: uma rigidez com imprevistos, intolerância à desordem, obsessão por limpeza, ciúmes paranoicos ou exigência de que tudo funcione conforme seu ponto de vista. 

Na clínica, observo casais que, com o tempo, transformaram a cobrança em linguagem relacional. A exigência ocupa o lugar do afeto. Não há espaço para espontaneidade, falha ou desejo legítimo. Nesse contexto, o vicio da pornografia surge como um recurso de escape. Ela não exige implicação, não provoca conflito e oferece uma forma rápida de descarga emocional. Ao mesmo tempo, intensifica o afastamento e contribui para o esvaziamento do vínculo.

Esse padrão revela mais do que incompatibilidades de temperamento. Ele expressa formas defensivas de lidar com a fragilidade relacional. Enquanto um tenta preservar a ordem a qualquer custo, o outro se retira evitar conflitos e guarda magoa. A psicoterapia familiar permite reorganizar suas posições, saber comunicar-se de forma assertiva, revisar expectativas e, eventualmente, reconstruir um campo afetivo mais harmonioso. 

Terapia individual para Consciência Familiar

Nem todo conflito familiar se resolve em grupo, especialmente quando um membro nega-se a fazer terapia. Muitas vezes, é o processo individual que inicia uma mudança real na dinâmica relacional, ate para dar o exemplo aos outros.  Quando um dos membros da família decide se responsabilizar por suas respostas emocionais, suas crenças e formas de reagir, o sistema inteiro é impactado.

Na prática clínica, observo que a terapia individual especializada oferece recursos importantes para quem sente que carrega a família nas costas, se sobrecarrega ou repete papéis herdados sem perceber. A escuta técnica permite elaborar angústias que não encontram espaço no ambiente familiar. Permite também interromper a expectativa de que o outro mude primeiro.

A partir da terapia individual, é possível reorganizar a forma de se posicionar e criar alternativas diante de vínculos que estavam adoecidos. Esse cuidado não se opõe à terapia familiar pelo contrário, amplia sua potência. Como escreveu Virginia Satir, “cuidar de si é um ato de responsabilidade, não de egoísmo”. Reposicionar-se exige humildade para reconhecer o próprio impacto no sistema e disposição para construir relações menos defensivas e mais conscientes.

Terapia familiar: abraçar o potencial de dar certo

Neste artigo, abordei diferentes padrões disfuncionais que destroem a vida familiar. Mas o que distingue um processo de divórcio de uma reestruturação real familiar? Quando buscar terapia familiar? A resposta compreende a humildade e consciência de cada um para fazer sua parte, buscar ajuda psicológica para melhorar.  Quando há afeto, respeito e certa base psíquica preservada, é possível trabalhar o que ainda funciona. Assim, relações podem ser revistas. Bem como o dialogo e escuta se reorganizar.

Muitos pais erram tentando acertar. Muitos filhos guardam mágoas por anos. Casais brigam por detalhes que ganham peso ou arrependimento em momentos de perda, luto ou sobrecarga emocional. Famílias que enfrentam transtornos psiquiátricos, dependência química ou episódios de desorganização grave precisam reaprender a conviver com limites, clareza e suporte adequado.

Mesmo em contextos como empresas familiares, onde o afeto se mistura às exigências do trabalho, a manutenção da escuta e do respeito nas relações é essencial. Separar os papéis e sustentar o vínculo de forma funcional pode ser o que permite que o sistema continue crescendo sem se perder de si mesmo.

Considerações Finais: Comprometer-se é dedicar-se de verdade

Famílias não adoecem por acaso. Padrões disfuncionais e pontos cegos se estabelecem por repetições não questionadas, adaptações mal sustentadas e falta de espaço para reposicionamentos legítimos. A terapia familiar busca lucidez nas relações permitindo que vínculos sejam revistos com clareza, respeito e consistência emocional.

A psicoterapia online, individual ou familiar, oportuniza tomar decisões com consciência, seja para reconstruir ou encerrar ciclos de forma madura. Seu atendimento pode ser feito de qualquer lugar como Portugal, Suíça, Alemanha, Estados Unidos ou Brasil, entre outros. De qualquer parte do mundo, quem escolhe se escutar pode iniciar um caminho de reencontro. A terapia online permite que histórias sejam acolhidas entre continentes com tempo, presença e verdade.

Se você sente que chegou ao seu limite, ou deseja prevenir rupturas que se repetem geração após geração, agende sua consulta aqui, valorizando seu tempo com processos consistentes.

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