Você sente falta de compreender e mudar seus padrões comportamentais e emocionais? Percebe a conexão que existe entre você hoje, sua infância e como seu sistema familiar? Como psicóloga e analista junguiana atendo muitas pessoas inseguranças, perdidas na tomada de decisão, medo do futuro e baixa qualidade de vida devido vínculos na parentabilidade.
Em outras palavras, seus vínculos com seus pais e seu aprendizado emocional infantil impacta na sua qualidade de vida e seus relacionamentos. Do mesmo modo repete-se na forma de insegurança e instabilidade emocional bem como tem medo de repetir padrões dos seus pais com seus filhos e na sua vida adulta.
Nesse sentido, o processo da reparentabilidade volta-se a acolher a criança interior e gerar, através da terapia, desenvolver autoconsciência e maturidade.
Reparentabilidade: Qual o papel dos pais?
“Espere sua mãe chegar em casa”. Como era para você seu pai/mãe chegar em casa? Para algumas pessoas, essa lembrança evoca “graves problemas” e a busca por tentar agradar e mesmo assim ser punido ou criticado. Este exemplo mostra o vinculo exigente.
Entretanto, para outras crianças, no vinculo amoroso, adoram esperar o momento que os pais cheguem em casa. Essa parentabilidade é a descrita como “meu pai ou mãe maravilhoso“. Surgem lembranças de brincadeiras, aventuras, apreciar a companhia, sentir-se protegido, saudade do cheiro da infância.
Do mesmo modo, existe a parentabilidade ausente e a abusiva. Dessa forma, no vinculo distante a criança tem medo do pai/mãe esquece-la na escola, desaparecer e já sabe que chegar em casa não vai fazer diferença. São pais presentes de corpo e ausentes emocionalmente.
Por ultimo, na parentabilidade abusiva, os pais exercem figuras assustadoras. Seja na infância ou no desenvolver da puberdade, permanece a sensação horrível de medo e nojo. Independente de quem seja o abusador sexual, toda a família é disfuncional. A consequência disso será a destruição da identidade na vida adulta.
Reparentabilidade da Criança interior: Como redescobrir os pais?
O processo de parentabilidade: acolher a criança interior, passa por ressignificar e redescobrir a infância. Assim, parte fundamental da terapia junguiana. Cada tipo de vinculo feito com os pais ira impactar os relacionamentos da vida adulta, sejam amizades, conjugal e profissional.
Os sistemas familiares geram padrões românticos. Quais os desafios de cada tipo de vinculo?
- Vinculo amoroso condicionado: traz a característica e desafios no adulto de ser um homem ou mulher que busca o pai ou a mãe em seu relacionamento. Sua criança interior pode ser incapaz de separar-se emocionalmente dos pais. São os mimados, favoritos ou protegidos que lidam com pressões para serem aceitos. Por exemplo: “sou a razão da vida da minha mãe/pai”. “a menininha do papai. o menino da mamãe”. Terão dificuldade de serem autênticos e colocar limites.
- Vinculo exigente: gera o padrão de personalidade competitivo. Como eram muito criticados, podem afastar-se de seus sentimentos e desenvolver necessidade de controle. São crianças forcadas a crescer rapidamente. Também chamadas de mini-adultos e terão muita dificuldade em lidar com seus sentimentos.
- Vinculo distante: gera o padrão de personalidade inseguro e rebeldes. Aprendem a ver a família com indiferença e sentirem que “não vale a pena o esforço”. Como o ódio é o oposto do amor, acabam se identificando com os opressores. Muitas vezes vão fazer com seus filhos o que prometeram não fazer. Nesse caso gera-se o vinculo evitativo de relacionamentos e precisam trabalhar em terapia o sentimento do abandono e da rejeição.
- Vinculo abusivo: gera o padrão da desconfiança e do medo. Crianças e adolescentes que foram dominadas por adultos em comportamentos impróprios tendem a isolar-se na vida adulta. Em outras palavras, gelar, congelar emocionalmente, vivem abismos emocionais. Tem padrões de “sempre alerta” e tendencia auto destrutiva. Tem o desafio de criar relacionamentos saudáveis.
Como redefinir a identidade e relacionamentos?
Em síntese, acolher a criança interior passa por esse processo psicológico de reparentabilidade. Em terapia junguiana podemos interromper um passado que se perpetua em relacionamentos. Através de analises aprofundadas, trabalhar perdas com os pais, conexões, condicionamentos para compreender o “pai” e “mãe” interior.
Redefinir padrões da criança interior na minha metodologia passa por um processo: recordar, consciência e reconectar. Assim, pode-se desemaranhar sentimentos confusos com relação aos pais e clarear, desmistificar padrões relacionados a afeto, dinheiro, amor próprio, solitude, prazer, expressão dos sentimentos, sonhos, casamento, entre outros arquétipos.
Referencias: Jung, obras 1900. Bowlby1990.
Nota sobre a autora: Lisiane H. Machado é psicóloga especialista em psicanalise junguiana e terapia de casal. Trabalha com consultas online desde 2000. E oferece mentorias para traumas da infância e recuperação da criança interior ferida.