Traição e Dissociação emocional: como resgatar o equilíbrio

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

Muitos homens e mulheres independentes, apesar do sucesso profissional e da vida estruturada, enfrentam conflitos emocionais que impactam diretamente seus relacionamentos. Traição, mentiras, dissociação por vida dupla frequentemente geram grandes abalos e choques emocional, impossibilitando a construção de vínculos autênticos e saudáveis.

Com mais de 26 anos de experiência em psicoterapia online e especialização em psicologia junguiana e casais, acompanho pacientes que buscam tratar essas dinâmicas complexas. Através de uma analise profunda, o trabalho terapêutico visa desenvolver o autoconhecimento e promover a transformação emocional necessária para superar essas dificuldades.

Neste artigo, abordarei o conceito de dissociação emocional, as implicações das mentiras e da vida dupla. Bem como as dinâmicas dos relacionamentos ambíguos e como a psicoterapia pode auxiliar na (re)construção de vínculos verdadeiros e equilibrados ou no divorcio com narcisistas.

O que é Dissociação Emocional

Dissociação está ligada ao ato de “dividir-se”. Sob intenso estresse, tristeza ou fragilidade da identidade (ego), a pessoa pode mergulhar em fantasias sobre si mesma e a vida. Assim criando uma realidade paralela que se distancia do que acontece de fato. Esse processo frequentemente resulta em uma vida dupla, onde o indivíduo vive separadamente suas emoções conflitantes, dificultando a integração interna.

A mentira, nesse contexto, funciona como uma extensão desse mecanismo. Um exemplo comum ocorre em homens e mulheres que mantêm relacionamentos sérios, mas, diante de conflitos conjugais, buscam relações casuais para suprir carências emocionais não elaboradas e conversadas com o parceiro. Mesmo em um casamento, esse padrão se repete: a cada crise, surge um relacionamento paralelo. Posteriormente revelando a dissociação entre o que se vive e o que se fantasia.

Esse padrão revela a dificuldade profunda em enfrentar sentimentos de vulnerabilidade e insegurança, levando o indivíduo a fragmentar sua experiência emocional. Assim, os problemas reais multiplicam-se culminando em alguém descobrir as mentiras. Igualmente, a vida dupla deixa um rastro com sinais, o parceiro torna-se distante, passa horas isolado no telefone ou computador, longos períodos ausente de casa e irrita-se quando questionado, entre outros.

Em termos diagnósticos, a dissociação pode estar associada a quadros como transtornos de personalidade como borderline, sociopatias, narcisismo, psicopatias e comportamentos compulsivos ligados à mentira e à infidelidade. Reconhecer esses padrões é fundamental para buscar caminhos efetivos de tratamento.

Mentira e vida dupla

A mentira não se reduz a uma escolha consciente. Muitas vezes, uma expressão do incômodo com a verdade interna. Pessoas que mentem com frequência podem sentir-se inferiores ou acreditam que precisam agradar para serem aceitas, oferecendo aos outros aquilo que esperam ouvir. Esse comportamento paradoxal, querer ser amado, mas esconder a verdade cria um conflito que torna a autenticidade impossível, uma vez que as “máscaras” usadas dificultam a construção de relações genuínas.

Desde a infância, essas dinâmicas têm raízes profundas. Segundo Brené Brown, pesquisadora reconhecida na área da vulnerabilidade e vergonha, “mentir é um mecanismo para proteger a si mesmo da dor da inadequação” (Brown, 2012). A baixa autoestima e sensação de inadequação criam um terreno para a formação dessas defesas. Assim, em comportamentos automáticos, se perpetuam no adulto como estratégia para evitar o sofrimento emocional.

Esse padrão de mentira frequente reflete uma dualidade interna: uma parte que deseja ser aceita e amada, e outra que se protege da vulnerabilidade escondendo a verdade. Essa divisão costuma começar na infância, quando a criança sente que sua verdadeira essência não é suficiente para receber amor. Posteriormente leva à criação de máscaras para sobreviver.

Dessa forma, refletir sobre essa dualidade é o primeiro passo para desejar viver com autenticidade. Com certeza, uma experiência nova, mas que abre caminho para relações inteiras, leves e que não prejudicam ninguém. Nesse sentido, pesquisas de Lilienfeld, indicam que a conscientização dessa fragmentação é fundamental para as sessões de analise ou tratamento psicológico. Assim, fazer mudanças continuas.

Confusão emocional no triângulo amoroso

Triângulos amorosos frequentemente nascem das vulnerabilidades pessoais e da infantilidade emocional que acompanham a vida a dois. Além disso, a falta de diálogo transparente e profundo entre parceiros cria um vazio onde pode entrar essas relações paralelas. Inicialmente de forma superficial, como uma fuga momentânea do conflito ou da insatisfação. Também como influencias de ambientes e amizades toxicas, como o “não tem problema, todo mundo trai“.

Com o tempo, essas situações podem até se transformar em vínculos duradouros, sustentados justamente pela fuga emocional dos indivíduos envolvidos. No entanto, pessoas com maior consciência emocional vivem uma crise interna ao perceberem o impacto negativo da vida dupla em sua integridade psíquica, sentindo o desconforto de viver em duplicidade e a necessidade de escolher um caminho claro.

Esse processo é possível, buscando tratamento psicológico especializado. Também exige coragem para enfrentar as próprias fragilidades, construir a maturidade emocional e decidir pelo que realmente desejam. Ademais aprendendo a construir vínculos baseados na transparência, autenticidade e equilíbrio afetivo.

Como destaca o pesquisador John Gottman: “A clareza emocional e o diálogo aberto são essenciais para evitar padrões destrutivos e promover conexões genuínas.” Esse convite à honestidade emocional e ao autoconhecimento é fundamental para quem deseja transformar a confusão em uma oportunidade de crescimento e equilíbrio.

Mente dispersa, coração dividido: resgatar a atenção plena

A fragmentação interna, muitas vezes expressa como uma mente dispersa e um coração dividido, é reflexo da repressão emocional e da dificuldade em integrar desejos, discernimento e necessidades profundas. Em relacionamentos, essa divisão pode levar a conflitos internos intensos, dúvidas sobre quem realmente somos e o que queremos, e à sensação de viver em partes desconectadas de si mesmo.

O autoconhecimento, através da psicoterapia, é fundamental para trazer à luz essas áreas reprimidas, ajudando a pessoa a responder perguntas essenciais: Quem sou eu neste relacionamento? Qual é o meu verdadeiro desejo? Qual meu tipo de apego? Posso honrar meus votos? E, principalmente, consigo me colocar no lugar do outro ao tomar decisões que impactam ambos?

Inspirada pela prática da atenção plena (mindfulness), essa jornada propõe cultivar a presença consciente para perceber sem julgamento as próprias emoções e pensamentos dispersos. Com a mente focada e o coração aberto, é possível integrar essas partes fragmentadas, promovendo uma maior coerência emocional e escolhas mais alinhadas com a autenticidade e o equilíbrio afetivo. Assim, iniciando um processo de equilíbrio.

Coragem de ser inteiro: responsabilidade afetiva

Assumir um compromisso emocional com alguém exige mais do que presença física ou promessas ditas em voz alta. É preciso integridade interna. Ou seja, alinhar pensamento, sentimento e ação. A dissociação emocional, muitas vezes iniciada na infância como estratégia para suportar a rejeição ou a cobrança excessiva, torna-se um obstáculo na vida adulta. O indivíduo se divide entre o que sente, o que deseja e o que mostra ao outro. Vive com um pé no vínculo e outro na fuga. Isso gera relações frágeis, marcadas por omissões, desculpas e contradições.

Responsabilidade afetiva não significa perfeição, mas sim coragem de ser verdadeiro, mesmo quando isso implica perder algo. Implica saber o que se quer, o que se pode oferecer e comunicar isso com honestidade. Envolve também sair do papel de vítima ou do autoengano, assumindo que a própria imaturidade afetiva pode ter alimentado expectativas irreais ou vínculos insustentáveis. Nesse contexto, a psicoterapia pode ser essencial para quem vive conflitos de lealdade, culpa e duplicidade, como exploramos ao longo deste artigo: Traição e dissociação: como resgatar o equilíbrio emocional.

Fazer psicoterapia resgata consciência. Assim, quando alguém passa a se observar com mais presença, identificando seus padrões de defesa. Por exemplo, afastamento emocional, a tendência a mentir ou a dificuldade em sustentar intimidade real, começa o processo de se tornar inteiro. Como diz Thich Nhat Hanh, mestre budista vietnamita: “A verdadeira escuta e a fala amorosa são o começo da transformação nos relacionamentos.” Esse é o convite: deixar de sobreviver emocionalmente e aprender a se relacionar com consciência, integridade e maturidade.

Quando a verdade dói: o luto da fantasia na dissociação

Confrontar a si mesmo pode ser uma das etapas mais desafiadoras do processo terapêutico. Muitos que vivem relações duplas ou sustentam vínculos baseados na omissão acabam construindo um ideal de si mesmos. Como o conquistador, vitima, medo da solidão, entre outros, todos insustentáveis. Quando esse ideal entra em colapso, surge uma dor aguda, parecida com o luto: é preciso dizer adeus à imagem que se construiu e aceitar contradições e responsabilidades.

Esse luto psicológico, descrito por autores como Melanie Klein e Donald Winnicott, é necessário para integrar a sombra. Este termo usado por Jung para descrever os aspectos inconscientes e negados da personalidade. Negar essa dor, fugir dela com justificativas racionais ou terceirizar a culpa reforça o ciclo de sofrimento. Já atravessar essa fase com responsabilidade emocional pode abrir espaço para escolhas mais coerentes e uma relação mais honesta consigo mesmo. Assim, favorecendo o equilíbrio.

Em vez de buscar fórmulas para “consertar” o outro ou manter aparências, o foco se desloca para uma pergunta essencial: quem sou eu, quando não há mais ninguém para agradar, enganar ou impressionar? Nesse ponto, o sofrimento se transforma em portal. E a verdade, por mais desconfortável que seja, revela a única possibilidade real de liberdade interior.

Dissociação, mentira e traição: abordagens de psicoterapia

A dissociação emocional, a mentira e a traição frequentemente coexistem, criando um emaranhado psíquico que destrói relacionamentos e sistema familiar. Para desatar esses nós emocionais, é fundamental uma abordagem terapêutica integrada, conduzida por um psicólogo experiente que compreenda a complexidade individual e relacional de cada paciente.

A psicologia de abordagem analítica junguiana oferece um aprofundamento no inconsciente, explorando símbolos e promovendo a integração da sombra, auxiliando o paciente a acessar e unir as partes dissociadas do self. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) complementa esse trabalho com técnicas para dessensibilizar gatilhos de compulsão ou imediatismo. A terapia da compaixão e focada em emoções amplia a visão para as dinâmicas familiares e padrões relacionais que mantêm os ciclos de conflito.

Essa combinação de abordagens, aplicada por um profissional experiente, proporciona um tratamento robusto e personalizado. Para pacientes exigentes que buscam qualidade de vida e evolução pessoal, esse caminho terapêutico favorece o desenvolvimento emocional sustentável e a construção de vínculos baseados na verdade e responsabilidade afetiva.

Considerações Finais: resgate seu equilíbrio com consciência

Reconhecer os efeitos da dissociação, da traição e da mentira é o primeiro passo para um recomeço verdadeiro. A consciência desses desafios internos abre espaço para mudanças significativas, que só são possíveis por meio de decisões assertivas e comprometidas com o próprio desenvolvimento emocional.

Buscar um tratamento psicológico especializado online, seja em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto, Londres, Miami ou outros lugares, é fundamental para navegar essas transformações com segurança e profundidade. Com o suporte adequado, é possível reconstruir a unidade emocional, fortalecer vínculos autênticos e promover uma vida afetiva pautada na verdade e no equilíbrio.

Se você está pronto para dar esse passo, agende uma consulta online aqui e inicie sua jornada rumo a uma existência mais consciente, íntegra e satisfatória, onde quer que esteja no mundo.

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