Síndrome do Impostor: Psicoterapia para Entender Sentimentos e se Priorizar

Terapia Online - Lisiane Hadlich

Lisiane Hadlich

Desde o ano 2000, venho sendo uma força de mudança na vida de inúmeras pessoas. Jornadas marcadas por histórias de transformação e crescimento para adultos, adolescentes, casais e famílias - não importa a complexidade dos seus desafios estou aqui para te ouvir, apoiar e guiar você em sua busca por uma mente feliz e uma vida mais plena.

A síndrome do impostor descreve um sentimento recorrente de não estar à altura das próprias conquistas. Mesmo com resultados evidentes, a dúvida se impõe. Executivos, atletas, empresários, profissões de alta performance, pessoas que estão progredindo e conquistando seus sonhos porem tem altos e baixos emocionais devido a síndrome de impostor. Em outras palavras, a pessoa evita entrar em contato com o que sente, duvida do que fez e até de quem é, como se tudo pudesse desaparecer a qualquer momento. Assim, nada parece o bastante.

Com formação sólida em psicologia analítica e mais de vinte anos de experiência clínica, desenvolvo um trabalho voltado ao autoconhecimento profundo e desenvolvimento emocional, familiar e profissional em momentos decisivos. Em psicoterapia online realizados a partir de cidades como Paris, Porto, Zurique, Toronto e Boston, entre outras, observo o impacto da autoimagem fragmentada em trajetórias marcadas por alta performance profissional e falta de conexão com o emocional.

Por isso, neste artigo, explico como a síndrome do impostor se sustenta quando a pessoa evita trabalhar o emocional — ou seja, quando não acessa conscientemente suas experiências do passado e do presente nem as elabora com profundidade. Ademais por interpretações distorcidas no presente e por projeções que comprometem escolhas futuras. Também analiso como a psicoterapia favorece o autoconhecimento e ajuda a transformar essa relação com o próprio valor.

O que é a Síndrome do Impostor

As psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes descreveram a síndrome do impostor pela primeira vez em 1978, ao observar mulheres altamente capacitadas que, apesar de suas conquistas, sentiam-se como uma fraude. Desde então, o conceito se expandiu para diferentes contextos e perfis. Trata-se de um padrão psíquico em que o sujeito desconfia da legitimidade do próprio mérito, mesmo diante de evidências objetivas de competência.

Esse fenômeno não está relacionado a falta de preparo, mas à dificuldade em sustentar internamente o valor daquilo que se realiza e lidar com seus sentimentos. A pessoa sente que está ocupando um lugar que não lhe pertence, teme ser desmascarada e interpreta o reconhecimento como exagero, sorte ou engano. Isso gera tensão constante e pode afetar decisões, vínculos e escolhas de vida.

Estudos posteriores, como os de Sakulku e Alexander (2011), demonstram que a síndrome do impostor está associada a níveis elevados de perfeccionismo, ansiedade e distorções na autopercepção. Seu impacto vai além da esfera profissional: atinge a identidade. Nesse sentido, a psicoterapia oferece recursos para compreender essas vivências com profundidade, elaborando as raízes emocionais que sustentam esse modo de ver a si mesmo.

Autoimagem distorcida na Síndrome de Impostor

Na síndrome do impostor, a pessoa pode mudar de país, receber uma promoção, concluir uma especialização ou atingir metas relevantes e, mesmo assim, continuar se sentindo inadequada. Mesmo com reconhecimento externo, cargos importantes ou estabilidade financeira, a sensação de não pertencimento persiste. Isso também ocorre com executivos, atletas e profissionais que prezam por excelência e enfrentam dificuldades para se ver no lugar que ocupam.

Em muitos casos, o reconhecimento recebido entra em conflito com a imagem que a pessoa construiu de si ao longo da vida. Quando a pessoa cresce sob críticas constantes, cobranças rígidas ou falta de validação emocional, seu valor pessoal é colocado em dúvida. Como resultado, a autoimagem se mantém marcada por insegurança ou culpa mesmo diante de conquistas legítimas. Dessa forma, a pessoa continua reagindo como se ainda precisasse provar algo, mesmo quando já fez muito. Além disso, pode sentir-se injustiçada.

Por exemplo, uma advogada expatriada que assume um cargo de confiança pode começar a duvidar do respeito que recebe, sentir que está enganando os outros e evitar situações em que seja observada de perto. Em vez de viver a nova fase como uma realização, experimenta angústia e confusão. O sucesso parece estranho não porque seja falso, mas porque nunca foi incorporado como uma possibilidade real. Em psicoterapia, entende a situação ao verificar a fundo seu relacionamento com seu pai, um vinculo de rejeição. Aos poucos, vai adquirindo consciência do seu valor.

Causas da Síndrome e Fuga dos sentimentos.

“Como minha mente pega situações do passado para influenciar momentos totalmente diferentes do presente?” Ouço muito reflexão dos meus analisandos. Fazer terapia é decidir abraçar-se com amor. Em uma linguagem junguiana, isso significa ter um momento consigo mesmo, parar para se analisar e se ouvir. A partir disso surgem os insights e novas organizações internas.

No sentido da síndrome do impostor, se sustenta em vivências antigas que não foram compreendidas ou legitimadas. Quando a pessoa cresce sem reconhecimento, ouvindo que exagera, sofre manipulações emocionais, que precisa se controlar ou que sempre poderia ter feito melhor, cria-se um padrão afetivo onde não há espaço para se sentir válida. Mesmo depois de adulta, a dúvida permanece: será que eu mereço estar aqui?

Essas marcas continuam operando em silêncio, especialmente em contextos que exigem visibilidade ou tomada de decisão. A pessoa se cala em reuniões, revê cada frase que disse, sente vergonha de ser notada. O presente é interpretado com as lentes do passado. Não importa o que conquiste a sensação é de estar ocupando um lugar que, no fundo, ainda pertence a outra pessoa.

Por exemplo, uma profissional elogiada após liderar um projeto pode se sentir desconfortável ao ouvir que fez um excelente trabalho. Em vez de agradecer, tenta justificar: “Foi sorte”, “Foi a equipe”, “Qualquer um faria igual”. Esse distanciamento do próprio mérito não é modéstia. Esse estranhamento reflete histórias anteriores que nunca foram elaboradas e que continuam desautorizando o que a pessoa vive no presente.

O Papel da Regulação Emocional na Reconexão com Sentimentos

Empresas como Apple, Microsoft, grandes bancos e multinacionais do setor energético exigem níveis altíssimos de performance emocional e estabilidade sob pressão. Muitos dos profissionais que ocupam esses espaços atuam com excelência técnica, mas convivem com um bloqueio silencioso: não conseguem sentir o que vivem. Além disso, muitos se sabotam com medo do sucesso e do reconhecimento. A regulação emocional não é apenas um diferencial nesses contextos — é uma necessidade psíquica para sustentar a identidade em ambientes de cobrança contínua, exposição pública e tomadas de decisão sob risco.

A psicologia cognitiva e as neurociências mostram que experiências traumáticas como rejeição, controle excessivo, escassez afetiva ou violência modificam a forma como o cérebro responde ao presente. Áreas ligadas à regulação emocional, como a amígdala, o córtex pré-frontal e o hipocampo, tornam-se hiper-reativas ou desconectadas entre si. O sujeito aprende a sobreviver, mas não a sentir. Cresce afiado intelectualmente, mas anestesiado emocionalmente. Em momentos de conquista, ele trava. Diante de elogios, sente desconforto. Quando deveria se reconhecer, se dissolve.

É nesse ponto que a psicoterapia se torna fundamental. Ao acessar essas camadas emocionais antigas, muitas vezes inconscientes, a pessoa começa a dessensibilizar padrões defensivos formados na infância, permitindo que o cérebro reconstrua caminhos de segurança interna. A regulação emocional, nesse sentido, não é um exercício de autocontrole, mas um reencontro com partes de si que foram silenciadas. Quando isso acontece, a pessoa começa a viver com mais sentido e presença. Se priorizar deixa de ser ameaça e passa a ser orientação. E a autoimagem, antes distorcida pela dor não elaborada, passa a refletir um sujeito real, com história, valor e direção.

Psicoterapia Junguiana: Reconexão com o Próprio Valor

Na clínica psicológica online, é comum que homens e mulheres cheguem exaustos, não por excesso de tarefas, mas por uma desconexão persistente entre o que vivem e o que sentem. A síndrome do impostor não fragiliza apenas a imagem profissional, ela compromete o modo como o sujeito se relaciona com os outros e consigo. Assim afetando conjugal e pessoal. Jung escreveu que “o que negamos em nós mesmos, aparece na vida como destino”. Quando a história emocional não é integrada, ela interfere nas relações, na sexualidade, na presença afetiva no casal e até na forma como o corpo responde ao estresse cotidiano.

A psicoterapia junguiana trabalha na escuta e integração das camadas psíquicas que foram afastadas ao longo da vida: a vergonha infantil, o medo da rejeição, o desejo de ser aceito sem ter que representar um papel. Donald Kalsched descreve como o trauma não elaborado cria sistemas de defesa que mantêm partes da mente dissociadas. Bem como as que envolvem afeto, entrega e vulnerabilidade. Essa divisão interna impede o contato real com o momento presente e alimenta padrões de ansiedade, controle e relações afetivas disfuncionais.

Ao restaurar o vínculo com o próprio sentir, a psicoterapia permite que o sujeito sustente sua presença nos vínculos sem medo de colapsar. Antonio Damasio aponta que a consciência de si se forma a partir da integração entre corpo, emoção e memória. Quando o individuo entende o que sente, passa a se posicionar com mais segurança, em casa, no trabalho e nas relações. A convivência melhora, o corpo relaxa, e o dia deixa de ser uma sequência de alertas. Ele consegue estar presente de verdade, sem precisar fugir, provar ou controlar tudo o tempo inteiro.

Conclusão – Fazer psicoterapia é um ato de amor consigo

A dificuldade em sustentar o próprio valor interfere na forma como se vive, se sente e se relaciona. A psicoterapia online é um recurso clínico eficaz para reorganizar a experiência emocional, fortalecer a presença no presente e prevenir sobrecargas psíquicas que se transformam em sintomas. Sentir com clareza permite posicionamento, consistência e vínculos mais estáveis.

Com experiência clínica consolidada, atendo pacientes que buscam aprofundamento emocional e clareza interna. Os atendimentos são online, com pacientes no Brasil e no exterior, incluindo São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto, Algarve, Zurique e Miami.

Para iniciar seu processo de psicoterapia com a devida seriedade e comprometimento, entre em contato aqui.


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