Família narcisista: traumas emocionais. Você sofre com traumas emocionais devido a convivência com uma família narcisista? Conjuntamente com as consequências da síndrome do abandono emocional na infância, também chamada de apego evitativo?

Abordar este tema é sempre delicado, ninguém gosta de reconhecer-se filha(o) de um narcisista. Além disso, este reconhecimento interno pode durar anos e a consciência chegar através de amigos ou terapia. Porem, filhos de narcisistas crescem com um sentimento de abandono e podem ter muitas dificuldades em estabelecer relacionamentos duradouros.

Na maioria das famílias, comportamentos narcisistas são escondidos de fora de casa. Bem comum narcisistas manipularem família externa e amigos em prol deles, sendo identificados pela agressividade psicológica. Ora física e verbal. Nesse sentido existe sempre uma tensão no ambiente.

Crescendo nesse contexto, o trauma da família narcisista acarreta baixa auto estima, insegurança, desconfiança, mal humor crônico, humor acido, tendencia a vícios e transtornos alimentares. Da mesma forma, muitos abusos sexuais acontecem no contexto de famílias narcísicas.

Primeiramente, decidi escrever este artigo em base ao tratamento psicológico de pacientes ao longo de duas décadas de profissão. Todos estão na mentoria intensiva para tratamento da criança ferida e tem em comum família narcisista: traumas emocionais.

Uma das primeiras e grandes feridas do trauma do narcisismo envolvem nascimento e pertencimento. Por exemplo: Por que eu nasci? Por que minha família não me da atenção?

Narcisistas costumam ser controladores ao máximo. A decisão de terem filhos pode ser posterior a vários abortos com a justificativa de “não ser a hora certa”. Bem como justificar um filho como obrigação social, status, ter um cuidador na velhice, transmitir o legado, entre outros.

Nesse sentido, homens e mulheres narcisistas formam famílias com objetivos egoístas. Bem como indiferentes ao bem estar do outro. Consequência disso é a ausência do bem estar em casa, brigas, chantagens, agressividade.

Família narcisista: traumas emocionais: Consequências psicológicas.

Segundo estudos em inteligência emocional, crescer em um ambiente narcisista gera crenças como: não suportar erros, inadequação, medo de falhar, procrastinação, dificuldade de comunicação, explosões emocionais, reatividade emocional, bloqueio sexual, duvida de identidade sexual, entre outros.

A psicanalise junguiana aborda a estrutura desse inconsciente ferido como sombras. A pessoa em sua vida adulta, por mais que tenha saído da casa dos pais e pode ate ser independente financeiramente, constituir um núcleo família sente-se presa aos familiares narcisistas e dores do passado.

Dessa forma, olhando o trauma do narcisismo de uma forma mais profunda, percebe-se uma negação da identidade do outro. Por isso, o tratamento para trauma do narcisismo envolve autoconhecimento e aprender a colocar limites em abusos emocionais, presenças indesejadas, manipulação financeira, entre outros.

A depressão crônica costuma estar presente neste trauma. Justamente por um sofrimento que vem desde muito cedo. Tornam-se mulheres feridas, homens feridos, de humor melancólico e tendencia a procrastinação.

Frequentemente tem dificuldades de entrega para relacionamentos, sendo comum relacionamentos instáveis. Em outras palavras, a capacidade de fazer vínculos duradouros e verdadeiros, capacidade de amar e ser amada(o), lidar e crescer com adversidades.

Portanto, criam essas mascaras e auto proteções antes de um abandono. Muito importante buscar ajuda psicológica para ajudar essa criança interior a crescer, perdoar e permitir-se ser autentica. O maior desafio após o trauma com narcisistas é confiar em si mesmo.

Psicoterapia para trauma do narcisismo: vínculos saudáveis.

Fazer psicoterapia consiste numa busca de conhecimento para melhorar como pessoa, desenvolvimento pessoal ressignificando o passado e plantar através de atitudes e escolhas no presente alinhando o racional com emocional. Dar-se conta que existem padrões familiares de sofrimento que não precisam ser repetidos.

Buscar auxilio é o primeiro passo para uma vida mais amorosa consigo mesmo e com os outros. Acolher, abraçar sua criança interior machucada. Desenvolver um mindset favorável a felicidade e abundancia.

Em outras palavras, trabalhar a maturidade emocional, quebrando ciclos de dependência toxica, abusos.

Sobre a autora: Lisiane Hadlich Machado é psicóloga e psicanalista, referencia em psicoterapia online, individual e casal.